A história dos perfumes é tão antiga quanto a história do homem. Povos como os egípcios, por exemplo, utilizavam óleos perfumados para glorificar estátuas sagradas, além de queimar incensos, resinas e madeiras para purificar altares. Para eles, os pedidos e as orações chegariam mais depressa aos deuses se viajassem nas densas nuvens de fumaça aromática que subia aos céus.
O que era bom para os deuses podia ser bom para os mortais. Foi o que o ser humano não demorou a perceber. Então, os perfumes passaram a ser usados pelas pessoas. Nada mais natural: o olfato é nosso sentido mais primário e talvez o mais apurado. Somos capazes de detectar e diferenciar mais de dez mil odores, diz a ciência. E quem não aprecia um perfume de qualidade?
Criar um produto desse tipo, no entanto, é uma arte, como pintar um quadro, escrever uma poesia ou fazer uma escultura. Aliás, não é à toa que, quando falamos em perfume hoje, fazemos várias comparações com a música: cada aroma, por exemplo, é chamado de nota, enquanto as misturas são os acordes ou a harmonia da fragrância.
1,2, 3… nasce um perfume!
Um perfume é formado por três partes: na primeira, estão as chamadas notas de saída ou de cabeça, aromas como os de limão, laranja, tangerina, lavanda, pinho e eucalipto. Mais leves, elas escapam logo após a abertura do frasco ou assim que são aplicadas na pele e vão direto ao nariz.
A seguir, temos as notas de corpo ou coração. Consideradas a alma ou a personalidade do perfume, o tema principal da fragrância, elas são odores encorpados como os das flores, folhas e especiarias. Nós as sentimos quando o perfume seca na pele, já que evaporam mais devagar do que as notas de cabeça.
Por fim, na terceira parte de um perfume, estão as notas de fundo ou base. São odores que evaporam lentamente, como os de resina, de madeiras e de origem animal. Eles garantem o poder de fixação da fragrância, ou seja, o tempo em que ela ficará na pele.
A incrível fábrica de perfumes
Mas… o que é perfume? Tecnicamente falando, ele é a mistura de várias substâncias naturais ou sintéticas dissolvidas em álcool. Substâncias naturais são as extraídas de plantas ou animais, enquanto as sintéticas são produzidas em laboratório.
Há um século, existiam cerca de 150 ingredientes naturais que podiam ser usados para fazer perfume. Hoje, são quase mil extratos naturais e, graças ao avanço da química, há mais de três mil ingredientes sintéticos.
E já que estamos falando dos ingredientes usados na fabricação de perfumes, fique atento: as indústrias de fragrância estão investindo em produtos feitos a partir de plantas, flores e frutos da floresta amazônica e da mata atlântica. São os perfumes tipicamente brasileiros chegando às prateleiras!
(Esta é uma reedição do texto publicado na CHC 153.)