Um robô vovô, mas inteirão

Quem poderia imaginar que um robô perdido há 40 anos nas areias da superfície da Lua poderia estar inteiro até hoje? Pois está!

O jipe lunar soviético Lunokhod 1 foi encontrado recentemente por uma equipe de cientistas da Universidade de San Diego, nos EUA, e ainda pode ser usado em experimentos.

O robô vovô andou mais de 10 quilômetros na superfície da Lua antes de ficar perdido por 40 anos (foto: Nasa).

O robô, cujo nome significa “andarilho da Lua”, havia sido enviado para o satélite da Terra pelos russos, em 1970, para pesquisar a superfície e enviar fotos para o nosso planeta. Mas os cientistas perderam a conexão com ele um ano depois. O motivo ninguém sabe. Depois disso, muitos pesquisadores ao redor do mundo tentaram rastreá-lo sem sucesso.

Tanto interesse no robô-jipe se devia a algo valioso que ele carregava: um refletor de laser. Hoje o robozinho já não tira fotos, nem se move, mas seu refletor de laser continua intacto.

Da Terra, lançou-se um raio laser para a Lua (foto: Nasa).

Este equipamento funciona como um espelho que reflete qualquer raio de luz enviado por cientistas aqui na Terra. Foi assim que a equipe americana o encontrou. Do observatório Apache Point, no Novo México, eles emitiram um raio laser que foi refletido pelo Lunokhod 1. Os cientistas ficaram surpresos com o fato do refletor não ter quebrado depois de tanto tempo perdido!

Os pesquisadores demoraram tanto para encontrar o robô porque procuravam no lugar errado da Lua. Eles olhavam para regiões próximas da última posição conhecida do jipe. Mas o Lunokhod 1 foi achado a mais de um quilômetro desse ponto.

Robôs na Lua
Além do Lunokhod 1, há outros quatro robôs com refletores na Lua. Apesar de antigos, esses equipamentos ainda são muito úteis para a ciência. Eles permitem medir a distância da Terra para a Lua. Foi por meio deles que os cientistas observaram que o nosso satélite natural se afasta cerca 38 milímetros do nosso planeta por ano.

O pontinho brilhante na imagem é o robô-jipe Lunokhod 1. Clique para ampliar (foto: Nasa/GSFC/Universidade do Estado do Arizona).

O achado do Lunokhod 1 ajudará os cientistas a medir essa distância com mais precisão. O refletor poderá ser usado ainda para testar a Teoria da Relatividade de Einstein, uma das mais importantes da ciência. “Este refletor adicional vai ajudar bastante a comprovar ou não a teoria de Einstein, porque, para isso, precisamos fazer cálculos em que é necessário usar grandes corpos, como a Terra, para realizar uma medida confiável”, explica o geofísico Eder Molina, da Universidade de São Paulo.