Todos os anos, no Brasil, milhares de toneladas de garrafas PET são jogadas no lixo, e apenas pouco mais da metade delas é reciclada. O restante, infelizmente, pode acabar poluindo a natureza, sobretudo os mares. Foi pensando nesse problemão que a engenheira Luana Kann Kelch Vieira, da Universidade Estadual de Campinas, criou uma nova forma de usar essas garrafas: transformá-las em um quebra-mar flutuante.
Quebra-mar é uma barreira artificial construída ao longo da costa para protegê-la do desgaste provocado pelas ondas. Geralmente, essas barreiras são construídas com a colocação de pedras no fundo do mar. Mas Luana criou um modelo feito de garrafas PET, que é construído em terra e, depois de pronto, levado de barco até o lugar onde será instalado. “Isso reduz os custos e facilita a construção e a instalação do aparato”, explica. Por ser flutuante, o novo quebra-mar é preso ao chão por âncoras ou ganchos, preservando o fundo do oceano.
O modelo está sendo testado em laboratório e parece funcionar. Em um dos testes, o quebra-mar reduziu a onda em 98% – isso significa reduzir uma onda de dois metros de altura a apenas quatro centímetros.
Luana conta que, antes de levar o modelo ao mar, ainda será preciso alterar alguns detalhes. Um problema, por exemplo, é que o aço usado na estrutura enferruja por causa da água salgada. Também é preciso pensar em uma forma de proteger o quebra-mar para evitar que as garrafas escapem em caso de incidente, poluindo os oceanos.