O nome Bradypus significa “pé lento”, em grego, e faz uma referência à lentidão desses animais. Já o nome Choloepus, que também tem origem grega, quer dizer “pé aleijado”. Nome estranho, não é? Mas há uma explicação. As espécies de Bradypus apresentam três dedos nos pés e nas mãos, por isso também são chamadas de preguiças-de-três-dedos. Já as Choloepus, embora também tenham três dedos nos pés, apresentam apenas dois dedos nas mãos, sendo, por isso, conhecidas também como preguiças-de-dois-dedos. Talvez seja essa característica que fez o alemão Johann Illiger criar o nome Choloepus em 1811. Mas, vale lembrar, apesar do nome, as Choloepus não são aleijadas.
Existem quatro espécies de preguiças-de-três-dedos. Três delas podem ser encontradas no Brasil: a Bradypus tridactylus (“três dedos”, em grego) vive em parte da Amazônia, a Bradypus torquatus (“de colar”, em latim) ocorre apenas na mata atlântica e a Bradypus variegatus (“variegado”, ou seja, de muitas cores, em latim) vive em áreas de mata de diversas regiões, especialmente na Amazônia e na mata atlântica. A única espécie de preguiça-de-três-dedos que não ocorre por aqui é a Bradypus pygmaeus (“anã”, em latim), descoberta em 2001 e que só existe na ilha Escudo de Veraguas, no Caribe.
As preguiças-de-dois-dedos, por outro lado, vivem exclusivamente na Amazônia. As duas espécies desse grupo podem ser encontradas no Brasil: a Choloepus didactylus (“dois dedos”, em grego) e a Choloepus hoffmanni (homenagem a Karl Hoffmann, médico e pesquisador alemão que, no século 19, trabalhou na Costa Rica, onde a espécie foi descoberta).
Embora sejam chamados bichos-preguiça, esses animais nada têm de preguiçosos. Eles dormem muito e se movem bem devagar porque seu organismo funciona lentamente, por diversos motivos. Um deles é a dieta: as preguiças se alimentam basicamente de folhas pouco nutritivas e que demoram muito para serem digeridas. Para você ter uma ideia, um bicho-preguiça faz xixi e cocô só uma ou duas vezes por semana! Se comparadas com outros mamíferos de tamanho semelhantes, as preguiças possuem também poucos músculos e uma temperatura corporal mais baixa. Tudo isso ajuda para que fiquem mais lentas, economizando energia ao máximo.
Se os bichos-preguiça são tão vagarosos, devem ser um alvo fácil para animais como onças e gaviões, certo? Errado! Essa lentidão toda, somada à cor da sua pelagem, na verdade ajuda as preguiças a passarem despercebidas pelos predadores em muitas ocasiões.
Devagar, devagarinho, o bicho-preguiça vai levando a vida tranquilo!
Henrique Caldeira Costa,
Departamento de Zoologia
Universidade Federal de Juiz de Fora
Sou biólogo e muito curioso. Desde criança tenho interesse em pesquisar os seres vivos, especialmente o mundo animal. Vamos fazer descobertas incríveis aqui!
Henrique Caldeira Costa,
Departamento de Zoologia
Universidade Federal de Juiz de Fora
Sou biólogo e muito curioso. Desde criança tenho interesse em pesquisar os seres vivos, especialmente o mundo animal. Vamos fazer descobertas incríveis aqui!