A distância entre dois pontos é a coisa que medimos com mais familiaridade: basta colocar o zero de uma régua sobre um dos pontos e ver em cima de qual marcação o outro ponto se encontra. Quando medimos distâncias entre os extremos de um objeto, podemos dar vários nomes diferentes para a medida, dependendo de em qual direção medimos: comprimento, largura, altura, espessura. Mas em todos esses casos estamos sempre medindo distâncias.
O padrão científico de distância, usado praticamente no mundo inteiro, é o metro, uma unidade cujo nome vem da palavra grega para “medida”. O metro foi definido para que fosse uma distância dentro da escala humana. Um metro é a altura média de uma criança entre três e quatro anos de idade e a maioria dos adultos não ultrapassa dois metros de altura. Mas, é claro, existem coisas que medem muito mais que um metro e coisas bem pequenas que são muito, muito menores do que um metro. Que tal explorarmos essa escala de distâncias, para cima e para baixo?
Primeiro, para cima, na direção de distâncias maiores que um metro. A girafa é o animal terrestre mais alto que existe: o topo de seus chifres engraçados pode ficar a até 5,5 metros de altura. Mas o maior animal do mundo é a baleia-azul – de uma ponta a outra, seu comprimento pode chegar a cerca de 30 metros; um pouco mais que uma piscina olímpica. Porém, existem seres vivos ainda maiores, como as sequoias-gigantes, árvores da América do Norte, que podem crescer até a altura de quase 100 metros.
Um morro pequeno também pode ter apenas 100 metros de altura, mas uma montanha pode se erguer muito mais alto, centenas ou milhares de metros acima de sua base. A mais alta elevação no planeta Terra é o monte Everest, no Nepal, cujo topo se encontra a mais de oito mil metros de altitude. A partir daqui os números começam a ficar muito grandes, por isso recorremos a outro nome para medir essas distâncias. Em vez de “1.000 metros” dizemos “quilômetro”, que é a mesma coisa. Então, “oito mil metros” é igual a “oito quilômetros”. Combinado?
As distâncias entre as cidades são medidas geralmente em quilômetros. Duas cidades vizinhas podem estar a poucos quilômetros de distância, mas, de um estado para outro, as distâncias passam a ser maiores. Para andar do polo Norte ao polo Sul pela superfície da Terra, seria preciso percorrer algo como 20 mil quilômetros; e para dar a volta completa no planeta, sobre a linha do Equador, 40 mil quilômetros.
A distância da Terra à Lua, lugar mais distante aonde um ser humano já foi, é de cerca de 300 mil quilômetros. Isso é bem longe, mas leva aproximadamente um segundo para um feixe de luz sair da Terra e chegar na Lua. Como é possível? É que a luz se propaga sempre com a mesma velocidade, muito alta, de 300 mil quilômetros por segundo.
Sabendo disso, podemos usar o tempo que a luz leva para ir de um ponto a outro para medir distâncias. Por exemplo, dizer que a Lua está a 300 mil quilômetros de distância da Terra ou dizer que a Lua está a um segundo-luz da Terra é a mesma coisa – por que é essa distância que a luz percorre em um segundo.
O Sol está muito mais distante de nós, a oito minutos-luz. Isto é, a luz que vemos do Sol levou oito minutos para percorrer os cerca de 150 milhões de quilômetros que nos separam. Netuno, o planeta mais distante do Sol, está a quatro horas-luz de distância dele. Alfa-Centauri, a estrela mais próxima de nós depois do Sol, está a mais de quatro anos-luz da Terra.
Achou muito? Pois a Via Láctea, nossa galáxia, tem uns 100 mil anos-luz de largura – e nem chega perto dos quase 15 bilhões de anos-luz que nos separam das galáxias mais distantes que conseguimos observar no Universo – uma distância inimaginavelmente grande.
No próximo mês vamos continuar falando sobre distâncias, mas no outro sentindo: explorando o mundo invisível do que é muito, muito pequeno! Um abraço e até lá!