Natureza em crise

Sertão em chamas ao amanhecer. Esta é uma das 30 imagens que fazem parte da mostra Crise da biodiversidade: a natureza ameaçada (foto: André Pessoa).

Com certeza, você conhece diversas espécies de animais que correm risco de extinção. Também já deve ter ouvido falar que a temperatura da Terra está aumentando. Sabe ainda que o lixo é um problema em todo o mundo. Sem falar em muitas outras ameaças à natureza que são apresentadas diariamente no rádio, nas revistas ou na TV. Mas o que é possível fazer para mudar essa situação? Uma exposição no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo traz a resposta. Misturando arte e ciência, a mostra expõe a crise ambiental pela qual a Terra passa e sugere algumas soluções, como a mudança de comportamento da população.

Sua família recicla o lixo que produz? Na sua escola, os problemas que afetam o ambiente, como o aquecimento global, são discutidos? Você compra somente o que precisa? Se respondeu “sim” a alguma dessas questões, saiba que já deu o primeiro passo para ser considerado um defensor do planeta. Afinal, é com essas e outras perguntas que começa a exposição Crise da biodiversidade: a natureza ameaçada. A mostra, que quer contribuir para a preservação ambiental, incentiva o público a fazer a sua parte para conservar a natureza, além de também convidá-lo a conhecer a biodiversidade: a grande variedade de espécies que existe na Terra.

O lagarto Hoplocercus spinosus vive no Cerrado brasileiro e corre risco de desaparecer da natureza (foto: André Pessoa).

Conhecer para mudar
“Precisamos entender o meio ambiente para protegê-lo. O grande desafio que temos é conhecer a diversidade de seres vivos que há no planeta. A partir disso, será possível descobrir como podemos proteger o ambiente e diminuir o impacto causado por inúmeros fatores”, conta o biólogo Hussam El Dine Zaher, coordenador de difusão cultural do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, responsável pela exposição.

Para atingir esses objetivos, a mostra Crise da biodiversidade: a natureza ameaçada foi dividida em módulos, que misturam arte e ciência. Para você ter uma ideia, o visitante pode apreciar uma galeria com cerca de 30 fotografias feitas por um especialista em capturar imagens ambientais: o fotógrafo André Pessoa. Além disso, encontra gráficos que mostram os hábitos de consumo da população que podem causar danos à natureza, assim como diversos filmes, com temas variados, mas sempre ligados à questão ambiental, que convidam à reflexão. Um deles, por exemplo, nos leva para dentro das matas, onde podemos observar o comportamento de vários bichos, e nos lembra das diversas ameaças a esses animais, muitas delas decorrentes do crescimento da população ao longo do tempo (clique na tela abaixo e assista).

Mundo desconhecido
A exposição Crise da biodiversidade: a natureza ameaçada também apresenta cerca de 500 peças da coleção científica do Museu de Zoologia exibidas ao público pela primeira vez. São espécies de insetos, peixes e mamíferos, coletadas por cientistas no final do século 19 e começo do século 20, que já estão extintas ou ameaçadas de desaparecer da natureza.

O sapo Paratelmatobius gaigeae era considerado extinto, mas foi reencontrado em 2000 em São Paulo. É uma das espécies apresentadas na exposição Crise da biodiversidade: a natureza ameaçada (foto cedida por Hussam Zaher).

Esse tesouro é apenas uma amostra do há para se descobrir no planeta – e do que já foi perdido. “A comunidade científica já descreveu mais de um bilhão de espécies. Mas cerca de 10 milhões a 100 milhões permanecem desconhecidas”, conta Hussam Zaher. A exposição Crise da biodiversidade: a natureza ameaçada mostra somente uma pequena parte das diversas espécies que existem no mundo. Mas tem muito a revelar. Visite!

Exposição Crise da biodiversidade – A natureza ameaçada
Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo
Avenida Nazaré 481, Ipiranga, São Paulo/SP.
Tel.: (11) 2065-8100.
De terça a domingo, das 10h às 17h.
Até 17 de maio.
Ingresso: R$ 4 (grátis para crianças com menos de seis anos de idade e pessoas acima de 60 anos. Estudantes pagam meia-entrada)
Entrada gratuita no último domingo do mês.