Lixo luminoso

Em uma noite escura, além das estrelas, é possível observar pontos luminosos espalhados pelo céu, que, de repente, se movem! Riscam a escuridão da noite sempre em linha reta. Alguns até formam filas. Você pode tentar se concentrar no brilho das estrelas, identificar as constelações, mas seu esforço vai por água abaixo. Os pontos luminescentes teimam em roubar a cena, e você descobre que seus olhos estão hipnotizados por satélites artificiais e detritos (lixo) espaciais gerados pela colisão desses satélites!

Ilustração Jaca

Se você achou a abertura deste texto cinematográfica demais, saiba que não está nada distante da realidade do nosso céu. Atualmente, existem muitos satélites artificiais nas órbitas mais próximas à superfície do planeta, ou de baixa altitude. Quando ocorre uma colisão entre eles, os detritos gerados pelo choque se espalham pelo espaço, atingindo outros satélites em um ‘efeito dominó’. E, cada vez que lançamos novos satélites que não retornarão à Terra depois de cumprirem seus propósitos, aumentamos o risco de futuros impactos e, com isso, a quantidade de detritos espaciais (ou lixo espacial).

Patrícia Figueiró Spinelli,
Museu de Astronomia e Ciências Afins.