Brincar é uma delícia. Com um amigo para aumentar a bagunça, então, nem se fala! Por outro lado, quem não acha mais fácil passar por uma situação triste quando se tem um amigo do peito para enfrentar junto os problemas?
Isso parece óbvio, aposto que todo mundo vai concordar. Mas alguns cientistas do Canadá estão tentando desvendar a química por trás do ombro amigo nas horas difíceis. Um estudo recém-divulgado aponta que a presença de um melhor amigo suaviza o efeito que as experiências negativas têm sobre nós.
Os resultados foram obtidos a partir da análise de amostras de saliva – eca! – e também de questionários preenchidos por crianças.
Funcionava assim: as crianças participavam do estudo durante quatro dias escolares seguidos. Várias vezes por dia, eram recolhidas amostras de saliva e cada um dos participantes preenchia um questionário sobre os acontecimentos do dia e como estavam se sentindo no momento.
Com isso, os pesquisadores pretendiam avaliar a autoestima dos participantes e também a presença, na saliva, de uma substância chamada cortisol – um hormônio liberado pelo nosso corpo quando passamos por uma situação de estresse.
Eles observaram que, quando as crianças tinham uma experiência negativa, como serem provocadas por colegas, a produção de cortisol aumentava. Porém, se o melhor amigo ou amiga estivesse por perto, ela não era tão grande.
“Quando as crianças passam por uma experiência negativa e não têm um amigo por perto, seu corpo precisa estimular mais o funcionamento dos mecanismos de produção do cortisol para lidar com o estresse”, explica William Bukowski, da Universidade de Concordia, que participou do estudo.
A química por trás disso tudo pode parecer complicada, mas um amigo de verdade é muito simples de entender: está aí para todas as horas!