A química da amizade

Brincar é uma delícia. Com um amigo para aumentar a bagunça, então, nem se fala! Por outro lado, quem não acha mais fácil passar por uma situação triste quando se tem um amigo do peito para enfrentar junto os problemas?

(Foto: sierraromeo / Flickr)

Isso parece óbvio, aposto que todo mundo vai concordar. Mas alguns cientistas do Canadá estão tentando desvendar a química por trás do ombro amigo nas horas difíceis. Um estudo recém-divulgado aponta que a presença de um melhor amigo suaviza o efeito que as experiências negativas têm sobre nós.

Os resultados foram obtidos a partir da análise de amostras de saliva – eca! – e também de questionários preenchidos por crianças.

Funcionava assim: as crianças participavam do estudo durante quatro dias escolares seguidos. Várias vezes por dia, eram recolhidas amostras de saliva e cada um dos participantes preenchia um questionário sobre os acontecimentos do dia e como estavam se sentindo no momento.

Com isso, os pesquisadores pretendiam avaliar a autoestima dos participantes e também a presença, na saliva, de uma substância chamada cortisol – um hormônio liberado pelo nosso corpo quando passamos por uma situação de estresse.

Eles observaram que, quando as crianças tinham uma experiência negativa, como serem provocadas por colegas, a produção de cortisol aumentava. Porém, se o melhor amigo ou amiga estivesse por perto, ela não era tão grande.

“Quando as crianças passam por uma experiência negativa e não têm um amigo por perto, seu corpo precisa estimular mais o funcionamento dos mecanismos de produção do cortisol para lidar com o estresse”, explica William Bukowski, da Universidade de Concordia, que participou do estudo.

A química por trás disso tudo pode parecer complicada, mas um amigo de verdade é muito simples de entender: está aí para todas as horas!