É sempre uma tristeza saber que uma espécie desapareceu completamente do planeta. Infelizmente, acontece: certos animais e plantas são considerados extintos. Mas, para variar um pouquinho, que tal uma história em que acontece justamente o contrário – uma espécie considerada extinta há mais de um século resolve dar as caras novamente?
O palco da façanha é Galápagos, um conjunto de ilhas que fica no oceano Pacífico e pertence ao Equador. A protagonista, uma espécie de tartaruga gigante chamada Chelonoidis elephantopus, considerada extinta desde meados do século 19 – pouco depois de o famoso naturalista Charles Darwin observá-la na ilha Floreana.
Um grupo de cientistas que estava estudando tartarugas em outra ilha, chamada Isabela, decidiu fazer um estudo sobre o código genético dos animais. Isto é, eles coletaram um pouquinho de sangue das tartarugas e procuraram uma molécula chamada DNA, que possui informações muito específicas sobre cada ser vivo (saiba mais sobre o DNA na CHC 122). Entre outras coisas, com a análise do DNA é possível descobrir de que espécie eram os pais de cada tartaruga – quem nunca ouviu falar no famoso teste de paternidade?
Os resultados trouxeram uma surpresa: das mais de 1,6 mil tartarugas estudadas, 84 tinham como pai ou mãe uma C. elephantopus. E mais: dessas, 30 tinham menos de 15 anos. Como as tartarugas vivem muito tempo – uns 100 anos pelo menos –, isso pode dizer que talvez alguns de seus pais e mães ainda estejam vivos!
Agora que os cientistas sabem que isso é possível, eles vão retornar à ilha Isabela para procurar os bichos. Se encontrarem, quem sabe, poderão começar um programa de reprodução em cativeiro e trazer de volta essa espécie que, há muito, era considerada perdida.