Mil situações deixam você meio desconfortável, com um pouco de vergonha, um pouco de ansiedade. Talvez falar em público – para apresentar um trabalho de escola, por exemplo – seja uma destas situações. E aí você não está sozinho! Diversas pesquisas apontam que este, por incrível que pareça, é o maior medo de um grande número de pessoas. Mas, às vezes, a timidez é tão exagerada que deixa de ser normal. Nestes casos, procurar ajuda médica pode ser o melhor caminho.
Principalmente quando se vai chegando à adolescência, tudo vira um grande mico, uma grande vergonha. Uma coisa que o seu pai fala, uma roupa que você usa, uma conversa que teve com alguém… Os motivos variam muito e o que deixa uma pessoa acanhada, com vontade até de sumir do mapa, pode não causar qualquer efeito em outra pessoa.
Também a ansiedade é algo que, em diferentes graus, todo mundo sente. Pode ser por causa de uma prova na escola ou um passeio com a turma. Tudo que é novo costuma produzir alguma ansiedade.
Vem aquela sensação difusa, desagradável, de apreensão. Cada pessoa apresenta sintomas físicos que lhe são próprios: um certo mal estar, um aperto no tórax. Outras têm palpitações, começam a suar exageradamente, sentem dos de cabeça ou uma súbita dor de barriga. Os sintomas variam muito.
Entretanto, tanto a timidez quanto a ansiedade têm seu lado positivo. Apesar de gerarem desconforto, elas fazem com que nos preparemos para enfrentar uma situação. A ansiedade antes de um teste na escola, por exemplo, nos leva a estudar mais.
Então, sou normal?
Nem sempre o normal e o anormal no comportamento humano são facilmente identificáveis. Mas podemos afirmar que, de um modo geral, a timidez e a ansiedade anormais ocorrem quando se apresentam em grau muito elevado, paralisando a pessoa, prejudicando seu bem estar, não permitindo que se prepare para enfrentar as situações ameaçadoras, atrapalhando as tarefas mais simples do dia a dia.
Às vezes, a situação fica tão séria que provoca até mesmo o isolamento social. Ou seja, para evitar as sensações negativas, a pessoa vai deixando de sair à rua, de estudar, de ir a festas, de conversar com os outros. Vai ficando cada vez mais em casa, fugindo ao confronto com tudo aquilo que lhe causa medo.
Muitos que vivem essa experiência julgam-se excessivamente tímidos e não pensam que podem ter ajuda médica. O tratamento para esses casos é feito com a combinação de medicamentos específicos e psicoterapia, que são consultas ao psicólogo, psicanalista ou psiquiatra para conversar e realizar exercícios que ajudam a restabelecer o equilíbrio emocional e a tranquilidade para viver melhor.
(Esta é uma reedição do texto publicado na CHC 108.)