Ciência nas pedaladas

Qualquer um de nós, ao aprender a andar de bicicleta – seja buscando equilíbrio com as pedaladas, percebendo a hora certa de frear ou, para quem já foi mais longe, pegando a prática de que marcha usar –, sem querer usou muita ciência. Estamos falando da física, ou melhor, da mecânica, que é a parte da física que estuda os movimentos dos objetos e as forças que provocam esses movimentos.

(ilustrações: Claudio Roberto)

(ilustrações: Claudio Roberto)

Por exemplo: por que algumas crianças demoram mais do que outras para aprender a andar de bicicleta? Em parte porque, com medo de cair, elas insistem em andar muito devagar e, aí, vão tombando para um lado e para o outro. Se você sabe andar de bicicleta, já deve ter percebido que, em linha reta, quanto mais veloz estiver, mais difícil será cair. Por quê?

Equilibrar-se para andar de bicicleta requer algum treino e, como vamos descobrindo na prática, é ganhando velocidade que a gente para de bambear e consegue andar legal. Mas, afinal, o que a velocidade tem a ver com o equilíbrio?

Você já deve ter brincado, ou visto alguém brincar, de empurrar uma roda com arame sem deixá-la tombar (como na figura). O arame é usado para se fazer um gancho e prender na extremidade de uma haste de madeira. Este gancho encaixa-se na roda que, quando empurrada, vai girando.

Quanto mais veloz a roda se move, menos chance de tombar ela tem.

Quanto mais veloz a roda se move, menos chance de tombar ela tem.

Quem já brincou sabe que, quanto mais veloz a roda se move, mais estável ela fica, ou seja, é mais difícil de ela tombar. Se você tentar tombá-la de lado, parece que existe uma força firmando a roda em pé.

O mesmo acontece com uma bailarina que gira em um pé só, ou com um peão que giramos com a ajuda de uma linha: enquanto a velocidade é alta, eles mantêm o equilíbrio. Porém, quando a velocidade vai sendo reduzida, começam a bambear.

O segredo do equilíbrio na rotação de um corpo – seja ele uma bailarina, um pião ou uma roda de bicicleta – está, portanto, em manter altas velocidades. Os cientistas chamam essa tendência de um corpo conservar o seu equilíbrio nas rotações de “conservação do momento angular”. Essa tendência dificulta a modificação da direção do eixo de rotação. Assim, quando pedalamos em grandes velocidades, há uma tendência cada vez maior de a bicicleta manter o seu movimento sem tombar!

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