Que eles são mamíferos você já sabe. Entre muitas particularidades, ser mamífero significa ter pulmões e precisar do oxigênio do ar (e não da água!) para respirar. Então, como é que baleias e golfinhos podem passar a vida debaixo d’água sem se afogar?
O segredo está em subir à tona para respirar e, claro, ter um fôlego enorme para passar muito tempo debaixo d’água até voltar à superfície novamente. Nós, humanos, como a maioria dos mamíferos, inspiramos e expiramos o tempo todo, e, assim, sem perceber, renovamos o ar de nossos pulmões aos poucos e constantemente. Com os mamíferos aquáticos é diferente: eles renovam uma grande quantidade de ar a cada vez que sobem para respirar e isso lhes dá fôlego para passar um bom tempo submersos.
Ao chegar à superfície, a primeira parte do corpo dos mamíferos marinhos a aparecer são os orifícios respiratórios – as baleias têm dois e os golfinhos, um. Também chamadas espiráculo, essas regiões são sensíveis como o nosso nariz e, em fração de segundo, percebem o ar exterior e se abrem. Nesse momento, o ar velho é expelido – sai com tanta força que espirra a água da superfície, fazendo o maior chafariz – e o ar novo entra.
As baleias controlam muito bem a sua respiração: a cada inalação, conseguem renovar até 90% do ar dos pulmões, enquanto nós, humanos, conseguimos apenas 15%. Isso, claro, dá a elas um fôlego incrível. A baleia-cachalote, por exemplo, pode ficar até uma hora e meia sem respirar. Depois disso, ela sobe depressa em busca de ar.
Cada baleia e cada golfinho tem seu tempo de vir à tona, e isso é absolutamente fundamental para não se afogarem.
(Esta é uma reedição do texto publicado na CHC 265.)