1884. Um jovem suíço chamado Emílio Goeldi recebe um convite e tanto: deixar a Europa e vir para o Brasil. Aos 24 anos, o rapaz nem pensa duas vezes diante da proposta. Afinal, ele havia acabado de terminar seus estudos em zoologia – a ciência que estuda os animais! – e, em nosso país, se tornaria o responsável por essa área em uma importante instituição: o Museu Nacional do Rio de Janeiro!
O que Emílio Goeldi não poderia imaginar, no entanto, é que sua vinda para o Brasil teria grande importância para o desenvolvimento da ciência no país. Tanto que, em 2009, quando se comemoram os 150 anos do seu nascimento, esse pesquisador continua sendo lembrado! Então, vamos saber um pouco mais a seu respeito?!
Da Suíça para o Brasil
Emílio Augusto Goeldi nasceu em 28 de agosto de 1859, na cidade de Ennetbull, na Suíça. Filho único, foi educado em um rígido sistema de ensino, o que lhe deu uma disciplina a toda prova. “Ele era muito persistente e prático”, conta o historiador Nelson Sanjad, que acaba de lançar o livro Emílio Goeldi (1859-1917): a aventura de um naturalista entre a Europa e o Brasil, a primeira obra a contar a vida do cientista.
Já adulto, Emílio Goeldi se tornou o que, na época, se chamava de naturalista: uma pessoa dedicada às ciências naturais, como a botânica – o estudo das plantas –, a geologia – o estudo da origem, evolução e estrutura da Terra – e a zoologia – o estudo dos animais. No século 19, muitos naturalistas vieram ao Brasil para conhecer espécies da fauna e da flora que não existiam na Europa. Na Suíça, Goeldi se interessava muito por seus relatos. Imagine, então, o seu entusiasmo ao receber o convite para vir até nosso país!
Desafio no cafezal
Emílio Goeldi já chegou ao Museu Nacional com uma missão: formar coleções que apresentassem exemplares de animais encontrados no país. Tempos depois, ele recebeu a tarefa de desenvolver pesquisas na área de zoologia agrícola, que estuda, por exemplo, pragas que atacam plantações. Aliás, foi no combate a uma praga que acabou com os cafezais do Rio de Janeiro – e ainda ameaçava se expandir para Minas Gerais e São Paulo! – que o cientista se viu diante do seu primeiro desafio no país. Clique e saiba mais.
Júlia Faria
Instituto Ciência Hoje/RJ