Na Grécia Antiga, diz a lenda, existiu um ser assim: uma besta feroz, com cabeça de touro e corpo de homem, aprisionada no labirinto de Creta. O Minotauro, essa mistura estranha, era filho da rainha Parsífae, esposa de Minos, rei de Creta, com um touro branco, pelo qual ela se apaixonou como castigo de Netuno, deus do mar.
Para aplacar a fome do monstro, o rei Minos, ao vencer os atenienses, condenou-os a enviar, a cada ano, 14 adolescentes – sete rapazes e sete donzelas – que serviriam de banquete para o Minotauro.
Decidido a salvar esses jovens, Teseu – que era filho de Egeu, rei de Atenas – encheu-se de coragem e partiu para Creta, disposto a enfrentar o monstro. Chegando lá, apaixonou-se por Ariadne, a filha do rei Minos.
A jovem também gostou de Teseu e, para ajudá-lo em sua tarefa de liquidar a fera, deu-lhe uma espada e um novelo de linha. Ele deveria usar o fio para marcar seu trajeto entre as veredas escuras e embaraçadas do labirinto, de modo a poder encontrar a saída após matar o Minotauro. Teseu cumpriu a sua missão e, graças ao fio de Ariadne, escapou do labirinto.
Quem construiu o labirinto descrito pela mitologia grega, uma espécie de palácio-prisão, foi Dédalo, por encomenda do rei Minos, que precisava de um lugar especial e seguro para prender seu monstro de estimação. A invenção de Dédalo, porém, não se restringe à mitologia grega.
Na Idade Média, algumas destas construções enigmáticas foram erguidas junto a catedrais com objetivos religiosos. Sobreviveu até hoje o labirinto da catedral de Notre-Dame de Chartres, na França.
O labirinto também tem inspirado artistas plásticos, filósofos e escritores. Sem falar que há, espalhados pelo mundo, parques de diversão que contêm labirintos. Você gostaria de se aventurar em um?
(Esta é uma reedição do texto publicado na CHC 170.)