Pingou, lavou

Até quem só chega perto das pia para deixar louças sujas sabe que, para limpá-las, é preciso usar detergente. Mas, com certeza, nem imagina o porquê! Para acabar com essa dúvida, que aflige mesmo o mais experiente lavador de pratos, preste atenção…

Se você já tentou lavar louça engordurada só com água, viu que não dá certo. Mas qual é a função do detergente nessa história? (foto: Flickr / Ias - initially / (a href=https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/deed.pt)CC BY-NC-ND 2.0(/a)

Se você já tentou lavar louça engordurada só com água, viu que não dá certo. Mas qual é a função do detergente nessa história? (foto: Flickr / Ias – initially / (a href=https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/deed.pt)CC BY-NC-ND 2.0(/a))

Só com água não é possível limpar algo engordurado. Afinal, a água não se mistura à gordura, pois as partículas que formam essas substâncias – as moléculas de água e gordura – tendem a se afastar umas das outras. “O detergente, porém, reduz essa repulsão. Então, a gordura se mistura a água e é possível retirá-la”, explica Neide Miyazaki, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz.

As moléculas de detergente têm uma parte que é atraída pela água e outra, pela gordura (veja o desenho). Ao por detergente sobre uma superfície engordurada e jogar água, parte da molécula de detergente se aproxima da gordura e parte, da água, permitindo, assim, arrastar a gordura.

(gráfico: Nato Gomes)

(gráfico: Nato Gomes)

Se é bacana saber como o detergente atua, chato é descobrir que ele pode poluir rios, lagos etc. Para evitar que isso ocorra, no entanto, não é preciso deixar a pia cheia de louça suja. Basta usar detergentes biodegradáveis, que não poluem o ambiente. “Esses produtos não são tóxicos para os microrganismos aquáticos”, conta Neide. “Suas moléculas podem ser quebradas em partes menores e digeridas por eles”.

Agora que você já sabe tudo sobre como funciona o detergente, que tal colocar a mão na massa e ajudar com a louça suja do almoço?

(Esta é uma reedição do artigo “Ciência nas prateleiras”, publicado na CHC 134.)