Rumo ao planeta vermelho

Quarto planeta do Sistema Solar, Marte é avermelhado porque seu solo apresenta minerais ricos em ferro (foto: NASA, ESA, STScI/AURA, J. Bell e M. Wolff).

Dia desses, eu estava aqui na redação quando chegou a seguinte mensagem do Klaus Reimer, de oito anos, que vive em Jundiaí, São Paulo: “Como gosto muito de astronomia, seria muito legal ler e saber mais das novas descobertas sobre Marte e como está sendo a preparação de uma futura viagem para este planeta ainda tão misterioso para nós. Quanto tempo levaria e como seria esta viagem?”.

Para responder a essa pergunta, fui até a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro conversar com o astrônomo Jaime Fernando Villas da Rocha.

Ele me contou que, recentemente, muitas descobertas foram feitas sobre o planeta vermelho. Por exemplo: a sonda Mars Odyssey – que está em Marte desde 2001 e deve continuar em operação até setembro deste ano – detectou a presença de grandes quantidades de hidrogênio e gelo no planeta. Além disso, cientistas constataram que já houve água líquida em Marte, que há gás metano na atmosfera e que lá também ocorrem auroras: um efeito luminoso no céu, que, na Terra, é visto nas regiões polares.

Esta é a superfície de Marte, onde astronautas devem aterrissar daqui a vinte anos (foto: NASA/JPL/Cornell).

Quanto à ida de astronautas a Marte, saiba que ela ainda deve demorar um pouco. A Agência Espacial Europeia planeja que ela ocorra entre 2030 e 2035, enquanto a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) aposta em 2037. Mas, antes disso, muitas pesquisas ainda precisam ser feitas. Isso porque novos motores para foguetes precisam ser desenvolvidos para tornar a viagem a Marte mais rápida e segura.

“Usando foguetes tradicionais, a viagem pode levar pelo menos seis meses até dois anos. A quantidade de combustível necessária apenas para chegar lá seria tão grande que corresponderia a grande parte do volume da nave. Problema que gera um círculo vicioso: quanto mais combustível a transportar, maior e mais pesada a nave, o que exige mais combustível”, explica Jaime. Enviar astronautas a Marte, porém, seria valioso para a evolução de pesquisas que investigam, por exemplo, se já houve vida no planeta. Daí a importância de solucionar essa questão!

O desenho feito por um artista mostra a sonda Mars Odyssey, que detectou a existência de hidrogênio e gelo em Marte (ilustração: NASA/JPL).

E aí? Gostou de saber mais sobre o planeta vermelho? Pois há tanto a falar sobre Marte que decidi que o blogue se tornará temporariamente marciano. Esse vai ser o tema de novos posts, que estão a caminho. Aguardem!!!