Os leitores Nicolas e Marcelo, que estão no 4º ano e moram em São Miguel Arcanjo, São Paulo, adoraram o conto “Tati da Terra à Lua”, publicado na CHC 232. Inspirados pela leitura, enviaram uma pergunta que já deixou muita gente com a pulga atrás da orelha:
Um dia poderemos morar na Lua?
Fui conversar com o astrônomo Enos Picazzio, da Universidade de São Paulo, para responder. Ele explicou que a Terra tem as condições necessárias para a vida existir: atmosfera, temperatura amena, água e a magnetosfera – o escudo magnético que nos protege do vento solar. “Não fosse a magnetosfera, a atmosfera terrestre seria destruída pela ação do Sol, como pode ter acontecido com Marte”, explica Enos.
Já a Lua é um astro sem atmosfera e sem magnetosfera. Por isso, a temperatura durante o dia por lá é muito alta e, à noite, muito baixa, o que prejudicaria a vida. A radiação ultravioleta que vem do Sol, por sua vez, aos poucos destruiria os seres vivos que estão acostumados a viver aqui na Terra. Quanto aos humanos especificamente, a baixa gravidade lunar poderia ainda causar lesões nos músculos, entre outros problemas.
Para morarmos na Lua, precisaríamos construir ambientes com atmosfera e iluminação artificiais, além de proteção contra radiação danosa do Sol. Ainda assim, os problemas causados pela baixa gravidade não seriam totalmente resolvidos. Resultado: morar na Lua, por enquanto, só dá certo na ficção científica!