Barulhos extraterrestres

Um trovão em Vênus, um tornado em Marte, sua voz em Titã, a maior lua de Saturno. O que esses sons têm em comum é que não temos como ouvi-los, já que não podemos ir até lá conferir. Porém, cientistas da Universidade de Southampton, na Inglaterra, resolveram fazer uma experiência: simular cada um desses barulhos. Preparados para este exercício de imaginação científica? Vamos lá!

Marte

Sondas enviadas para Marte e outros planetas nunca conseguiram captar sons, apenas imagens (Foto: Nasa)

Em planetas ou outros astros com atmosfera bem diferente da terrestre, como é o caso de Vênus, Marte e Titã, o som se propaga de maneira distinta. Para imaginar como barulhos aqui da Terra seriam ouvidos desses locais, os cientistas analisaram a densidade, a pressão e a composição das atmosferas desses corpos celestes.

Os sons de trovões e tornados foram gerados em computador e, em seguida, adaptados para as condições de propagação das atmosferas de Vênus, Marte e Titã. Já a voz humana, mais difícil de simular, foi gravada e passada para o computador para só depois ser transformada.

O físico especializado em acústica (estudo do som) Tim Leighton, que liderou a pesquisa, explicou à CHC que, se uma pessoa conseguisse falar em Vênus, ouviríamos uma voz bem grave, mas que parece ser de uma miniatura de pessoa. Isso acontece porque a atmosfera de Vênus é densa e permite que o som viaje mais rápido – essa maior velocidade, segundo ele, faz com que nosso cérebro entenda que quem fala é bem pequenininho.

Tanto Vênus quanto Marte têm atmosfera rica em dióxido de carbono, gás que absorve muito os sons. Por isso, nesses planetas, é bem difícil ouvir qualquer coisa que aconteça a mais de dez metros de distância, e o que é possível ouvir parece bem abafado. Já Titã tem uma atmosfera mais parecida com a da Terra e lá seria possível ouvir o que acontece mais longe. Porém, os sons ficariam mais agudos.

Se você ficou curioso, confira abaixo algumas das simulações de sons extraterrestres feitas por Tim e sua equipe:

É claro que, como nenhum homem viajou para Marte, Vênus ou Titã, ainda é impossível conferir se essas simulações correspondem mesmo à realidade. Enquanto não conseguirmos captar os sons diretamente do espaço, ficaremos com essa pulga atrás da orelha!