Não é só gente que tem vontade de ter uma casa no alto da rocha e de frente para o mar. Muitos animais também invejam essa paisagem e vão construir seus lares nos grandes paredões de rocha que existem entre o mar e a terra em algumas praias – também conhecidos como costões rochosos. Além disso, esses lugares também funcionam como um grande berçário, pois abrigam inúmeras espécies animais que se reproduzem ali.
![costão rocha Costão rochoso em Ubatuba, SP](http://chc.org.br/wp-content/uploads/2012/08/costão-rocha-600x380.jpg)
Em Ubatuba, São Paulo, há costões rochosos pequenos e grandes, todos repletos de seres vivos que buscam um lugar seguro para ter seus filhotes (Foto: Wagner Vilano)
Pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo fizeram um estudo sobre os costões rochosos que existem na costa paulista e sobre a sua importância na vida dos animais. O biólogo Wagner Vilano, que coordenou a pesquisa, explica que os costões foram formados há mais ou menos 130 milhões de anos, quando o Brasil e a África, que eram grudados e formavam um único continente chamado Gondwana, se separaram.
Hoje, espécies de peixes, moluscos e crustáceos encontram nesses locais uma grande quantidade de microrganismos que servem de comida, como os fitoplânctons e os zooplânctons, além de conseguirem abrigo dentro de fendas para se protegerem dos predadores. “Por isso, esses ambientes são importantes locais de alimentação, crescimento e reprodução de um amplo número de espécies marinhas”, garante Wagner.
![costão sub Costão rochoso (parte submersa)](http://chc.org.br/wp-content/uploads/2012/08/costão-sub-600x400.jpg)
Algas, corais moles, peixes e esponjas são alguns dos seres vivos encontrados nos costões rochosos (Foto: Wagner Vilano)
Saiba mais sobre costões rochosos na CHC 114.
Tudo isso faz com que os costões rochosos sejam escolhidos por animais como caranguejos e estrelas-do-mar para o momento de colocar mais filhotes no mundo. Enquanto não estão prontos para enfrentar os perigos do alto-mar, os filhotes crescem ao abrigo das pedras presentes nos costões.
Uma coisa, porém, ameaça a vida nesses santuários da vida aquática: a ação do homem – por exemplo, as construções e o despejo de lixo e esgoto nesses locais. “Os costões rochosos são ambientes naturalmente sensíveis e vulneráveis, e são constantemente ameaçados por poluição, seja pelo vazamento de produtos derivados de petróleo ou por efluentes domésticos e industriais”.
Anna Elise
Tomara que os animais não sejam prejudicados!
Publicado em 24 de março de 2019