Chega de chororô

Muita gente morre de medo de injeção e abre o berreiro quando precisa tomar vacina. Mas, você sabe, vacinar-se é importante para ficar protegido de um monte de doenças. Pensando nisso, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, criaram um método de vacinação que, além de indolor, pode ser mais eficaz que as famosas – e doloridas – injeções.

A vacina é feita de agulhas tão pequenas que não causam nenhuma dor. Em volta delas, os cientistas colocaram camadas de grandes moléculas chamadas polímeros, ligadas a um pedaço de DNA de um vírus. Quando a vacina é aplicada na pele, os polímeros se desfazem aos poucos e liberam o material genético do vírus, ativando nosso sistema imunológico.

As agulhas usadas na vacina são muito pequenas e não causam dor. Revestidas com polímeros e DNA de vírus, elas liberam o material na nossa pele, o que ativa o funcionamento do nosso sistema imunológico (Imagem: Arte de Mariana Rocha sobre foto de Peter DeMuth / Wellcome Images)

Segundo o bioquímico Peter DeMuth, a vacina é aplicada na pele como se fosse uma tatuagem, mas sem deixar marcas. “Tradicionalmente, as vacinas são aplicadas no músculo, mas ele não é tão exposto a infecções como a pele e, por conta disso, suas células de defesa são menos ativas, o que reduz a eficácia das vacinas”, explica.

Em um teste de vacina contra o vírus HIV, causador da Aids, Peter conta que camundongos que receberam a nova vacina ficaram dez vezes mais protegidos da doença do que aqueles tratados com injeção.

A vacina é aplicada na pele como uma tatuagem, mas não deixa marcas (Foto: Peter DeMuth)

Agora, a equipe pretende avaliar se macacos também podem ficar imunes a doenças após o uso da nova vacina. Antes de chegar aos postos de saúde, porém, o novo método de vacinação ainda precisa passar por muitos testes. Quem sabe, no futuro, tomar vacina pode doer menos do que uma picadinha de mosquito!