Quem não gosta do Natal? Essa data tão especial, em que as famílias montam presépios, enfeitam árvores, reúnem-se para a ceia, trocam presentes e aguardam a chegada do Papai Noel, é marcada por diversos símbolos de tempos bastante antigos.
Você sabe, por exemplo, como o pinheiro passou a ser considerado a tão famosa árvore de Natal? De acordo com a historiadora Lolita Guimarães Guerra, as árvores sempre foram entendidas, por várias culturas, como os pilares do mundo, um instrumento por meio do qual os homens estabelecem contato com os céus. Mas a definição do pinheiro como símbolo do Natal ocorreu mesmo a partir do século 4.
Nessa época, começou a circular a lenda de que José de Arimateia havia enterrado o corpo de Jesus Cristo em uma cidade da Inglaterra chamada Glastonbury, na véspera do seu aniversário. O lugar foi sinalizado com um cajado que, depois, transformou-se em um pinheiro. O hábito de decorar as árvores com luzes, porém, só surgiu entre os séculos 16 e 17, na França. Dizia-se que as luzes eram importantes para espantar os espíritos que ficavam soltos nessa época de fim de ano.
Já o presépio, que retrata o momento do nascimento do menino Jesus e que hoje em dia tem diferentes formas e tamanhos, foi criado por São Francisco de Assis, no século 13, como um teatro, encenado por camponeses, servos e pastores. Mas, bem antes dessa iniciativa de São Francisco de Assis, Lolita lembra que os povos do Oriente próximo – Egito, Palestina, Mesopotâmia – e, posteriormente, os romanos já utilizavam estátuas em miniatura para relembrar os seus mitos.
De Roma, logo nos primeiros séculos depois de Cristo, foram herdados os banquetes fartos, que correspondem à nossa ceia atual, e o hábito de trocar presentes. Isso porque os romanos entendiam essa época do ano como um momento de aproveitar toda a fartura e a riqueza do presente, pois, no Hemisfério Norte, ao contrário do Sul, é inverno, uma estação considerada rigorosa e cheia de indefinições.
Por fim, não poderíamos deixar de falar nele, o Papai Noel, sempre tão aguardado por crianças do mundo inteiro na noite do dia 24 para o dia 25 de dezembro. Na realidade, a figura do Papai Noel como conhecemos hoje é uma associação de outras de origens diferentes. Dessas, uma das mais conhecidas é a de São Nicolau, um bispo que viveu no século 4. Diz a lenda que São Nicolau morava perto de um nobre que havia empobrecido e passava por dificuldades. O bispo, então, teve pena desse nobre e passou a jogar em sua casa, uma vez por ano, uma bolsa com moedas de ouro, sem que ninguém soubesse. Certa vez, esse nobre descobriu, mas, a pedido de São Nicolau, não revelou o segredo para ninguém.
Outra figura que influenciou a forma como representamos o Papai Noel foi Thor, o deus da mitologia germânica, mais conhecido por ter lutado contra o gelo e tê-lo vencido, o que é associado ao fim do inverno rigoroso da Europa. Acontece que, assim como o Papai Noel, Thor também tinha a fama de ser amigo de todos e de combater a falta de esperança. Ele também vivia no Polo Norte e se locomovia em uma carruagem puxada por bodes, possuía um cinto que lhe dava superpoderes e usava um martelo do seu tamanho.
Então, percebeu algumas semelhanças com o bom velhinho? Ambos vivem no Polo Norte, e o Papai Noel também tem uma carruagem, só que puxada por renas. Além disso, ele usa um grande cinto, com a diferença de que esse não lhe dá nenhum poder. Por fim, em vez do martelo, o Papai Noel possui um grande cajado. Interessante, não?
Bem, agora que você já sabe a origem de alguns dos principais símbolos do Natal, que tal contar para todos os seus amigos e para sua família? Certamente eles ficarão bastante interessados e valorizarão ainda mais essa data tão especial.