O professor entra em sala de aula e a turma está com cara de quem ainda não saiu da cama. Ele fala alto, gesticula, se empenha. Mas nada faz com que a classe acompanhe com gosto o seu raciocínio. O que fazer? Ora, tem que ser artista! Nunca ouviu essa expressão? Pois saiba que ela faz muito sentido para algumas pessoas, como alguns cientistas, por exemplo!
Leopoldo de Meis, do Instituto de Bioquímica Médica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é um deles. Criador do projeto Ensinando ciência com arte, esse pesquisador, junto com sua equipe, mostra que sensibilizar as pessoas utilizando a arte é uma boa ferramenta para ensinar ciência. “A sala de aula se tornou um lugar muito chato. O que aconteceu é que se avançou muito em matéria de conhecimento e tecnologia, mas a forma de ensinar mudou pouco. A idéia com esse projeto é dar vida, é dar sentido às coisas, é humanizar a ciência”, afirma.
Para isso, ele utiliza várias formas de arte: teatro, música, literatura e computação gráfica, que, juntos, renderam produtos que ajudam na divulgação e na compreensão da ciência. Com isso, desde 1995, quando o projeto foi iniciado, dois livros, uma peça teatral e dois DVDs destinados a estudantes de todas as idades já foram feitos.
Em O método científico e em A respiração e a 1ª lei da termodinâmica, títulos de seus dois livros, ele aborda os temas científicos com linguagem simples e muita arte. As obras são ricamente ilustradas e vêm em forma de história em quadrinhos, que facilita ainda mais a leitura. Tanto que O método científico acabou sendo fonte de inspiração para uma peça teatral intitulada O método científico – como o saber mudou a vida do homem , que já foi apresentada em diversas regiões do Brasil, em escolas e universidades.
Já nos DVDs Ensinando ciência com arte , volumes 1 e 2, as animações feitas por computação gráfica são o que dão vida à ciência e aos seus mistérios, mostrando como se dá a contração muscular e o desenvolvimento das mitocôndrias – pequenas estruturas presentes nas células de nosso corpo. Além disso, as animações são embaladas por músicas e uma narrativa que explica como tudo acontece em nosso organismo.
A boa notícia é que todo esse material pode ser adquirido pelas escolas. As instituições públicas recebem um kit com os dois livros e os DVDs gratuitamente, já os colégios particulares pagam preço de custo. “Muitas escolas utilizam esse material, que já está em sua quarta edição”, diz Leopoldo de Meis. O kit com os dois livros e os dois DVDs do projeto Ensinando ciência com arte pode ser solicitado pelo correio eletrônico demeis@bioqmed.ufrj.br.
Portanto, pode espalhar essa informação na sua escola: ciência com arte é uma mistura que dá certo e pode tornar as aulas ainda mais agradáveis. Então, que tal falar com seu professor e levar essa idéia para a sua classe?