A cada quatro anos, as seleções com os melhores jogadores de futebol de vários países participam de uma disputa que atrai a atenção de todo o planeta: a Copa do Mundo. As torcidas enchem os estádios ou se reúnem em frente à televisão para ver os times em campo, em busca da vitória. É a maior festa!
Em 2014, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa e, para ajudar a divulgar o evento, convocou um mascote – o tatu-bola-da-caatinga. Antes de os atletas mostrarem tudo o que sabem fazer com a bola, eu pergunto: e você, o que sabe sobre tatus?
Existem hoje cerca de 20 espécies de tatus, pertencentes a um grupo de mamíferos conhecido como Cingulata (“que possuem cintas”, em latim). Eles recebem esse nome porque todos os tatus têm uma carapaça, formada por cintas de placas ósseas intercaladas por dobras de pele que lhe dão mobilidade. No caso dos tatus-bola, a mobilidade é tanta que eles conseguem se enrolar em uma verdadeira bola quando se sentem ameaçados. Assim, protegem as partes vulneráveis do corpo contra um predador.
A escolha do tatu-bola-da-caatinga como mascote da Copa do Mundo não foi à toa. Além de ter a capacidade de se enrolar como uma bola de futebol, essa espécie só existe no Brasil – principalmente na Caatinga, mas também em algumas áreas do Cerrado do nordeste do país – e está ameaçada de extinção. Assim, além de divulgar a maior competição mundial de futebol, nosso tatu-bola chama a atenção de todos para a importância de conservar os ambientes naturais onde vive.
Os cientistas chamam o tatu-bola-da-caatinga de Tolypeutes tricinctus. Tolypeutes é uma palavra grega que significa “o que se enrola”, em alusão à forma de defesa desses animais. Já tricinctus vem do latim “três cintas”, porque, no meio da carapaça dos tatus-bola, é possível observar três fileiras (cintas) de placas ósseas.
Mas Tolypeutes tricinctus não é a única espécie de tatu-bola. Há ainda uma segunda, chamada Tolypeutes matacus, conhecida como tatu-bola-do-sul, encontrada na Bolívia, no Paraguai, na Argentina e no sudoeste brasileiro, em regiões de Cerrado, Pantanal e Chaco. Seu nome é uma homenagem ao povo indígena Wichí, também denominado Mataco, que vive na Argentina e na Bolívia.
Nem é preciso dizer que não vai faltar torcida pela seleção brasileira nesta copa. Mas que tal você fazer parte da torcida pela conservação do tatu-bola-da-caatinga? Retirar esta espécie da lista de animais ameaçados de extinção seria um golaço! Saiba mais, clicando na página da campanha Eu Protejo o Tatu-Bola, da Associação Caatinga.