Hoje, a espécie é conhecida pelos cientistas como Kerodon rupestris. O nome Kerodon tem origem na língua grega e quer dizer “dente com chifre”, talvez porque, dependendo do ponto de vista, os dentes molares do mocó lembrem chifrezinhos. Já o significado do nome rupestris é fácil: essa palavra vem do latim, língua que deu origem ao português, e quer dizer “que vive nas rochas”. Habitar ambientes repletos de pedras, chamados afloramentos rochosos ou lajedos, é uma característica típica dos mocós.
Mas não é em qualquer tipo de lajedo que os mocós vivem. O Kerodon rupestris é encontrado no sertão do nordeste do Brasil e no norte de Minas Gerais. Se você mora nessa região, provavelmente já deve ter ouvido falar dele – ou melhor, pode ser até que tenha visto um!
Durante mais de 150 anos, a única espécie de mocó conhecida era Kerodon rupestris. Mas, na década de 1960, pesquisadores brasileiros encontraram mocós em afloramentos rochosos no estado de Goiás, região central do país. Anos depois, em 1997, eles foram oficialmente identificados como uma nova espécie, chamada Kerodon acrobata – seu nome se deve à habilidade com a qual esses mocós se movimentam em seu ambiente natural. Em 2010, a espécie também foi encontrada no sul do estado do Tocantins.
Infelizmente, tanto Kerodon rupestris quanto K. acrobata estão ameaçados de extinção. O principal motivo é a caça: muitas pessoas afirmam que a carne dos mocós é saborosa, e, por conta disso, eles são procurados como fonte de alimento. Nos últimos anos, os cientistas têm percebido que a caça aos mocós e a destruição de seu hábitat natural têm causado uma redução das populações desses bichos na natureza. Se nada for feito, essas espécies podem acabar desaparecendo. Precisamos mudar essa história!
Henrique Caldeira Costa,
Departamento de Zoologia
Universidade Federal de Juiz de Fora
Sou biólogo e muito curioso. Desde criança tenho interesse em pesquisar os seres vivos, especialmente o mundo animal. Vamos fazer descobertas incríveis aqui!