Medindo aqui e ali

A física é uma ciência experimental, e por isso os físicos estão sempre interessados em medir coisas. Muitas vezes, o que se quer medir é algo relativamente simples, como, por exemplo, uma distância qualquer – entre duas paredes opostas de uma sala, entre a sola dos seus pés e o topo da sua cabeça (sua altura), entre a sua cidade e a cidade mais próxima, entre as antenas de uma formiga…

Em todos os casos, o que fazemos é comparar as distâncias que queremos medir com um padrão de distância que todo mundo conheça. O mais comum é o metro, mas pode ser outro também. Em países como o Canadá e os Estados Unidos, as pessoas medem distâncias também em “pés” e “polegadas” em vez de usar metros e centímetros.

Um centímetro é um metro dividido por dez duas vezes. Por isso, dizemos que o sistema métrico é um sistema de base decimal (Foto: -Merce- / Flickr / CC BY-NC-ND 2.0)

Um centímetro é um metro dividido por dez duas vezes. Por isso, dizemos que o sistema métrico é um sistema de base decimal (Foto: -Merce- / Flickr / CC BY-NC-ND 2.0)

Isso não quer dizer que as distâncias em si são diferentes: apenas estão expressas por números diferentes porque correspondem a múltiplos de uma unidade diferente. Para entender melhor: dizer que uma pessoa tem 4 pés e 9 polegadas de altura é o mesmo que dizer que ela tem 1 metro e 45 centímetros.

Tudo o que podemos medir os físicos chamam de “grandezas”. Além da distância, outra grandeza muito importante é o tempo, que não é medido em metros ou pés, pois tem uma natureza diferente. Porém, da mesma forma como estabelecemos um padrão para a distância, podemos arranjar um padrão para o tempo!

Já para medir o tempo, usamos uma divisão que não é decimal: 60 segundos formam um minuto, 60 minutos formam uma hora e 24 horas compõem um dia (Foto: Junior Silva / Flickr / CC BY-SA 2.0)

Já para medir o tempo, usamos uma divisão que não é decimal: 60 segundos formam um minuto, 60 minutos formam uma hora e 24 horas compõem um dia (Foto: Junior Silva / Flickr / CC BY-SA 2.0)

Um dia é o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno de si mesma. Para expressar intervalos de tempo menores que um dia, dividimos o dia em intervalos pequenos, as horas, e estas em minutos, e estes em segundos.

Existem outras grandezas mais difíceis de medir, como a rapidez com que alguma coisa se move – a velocidade. Para medi-la, precisamos de duas outras grandezas: distância e tempo. A velocidade de um carro, por exemplo, é uma medida de quanta distância o veículo percorre em certo intervalo de tempo. Por isso, a unidade de velocidade envolve tanto uma unidade de distância quanto uma unidade de tempo.

Se um carro anda 10 metros em um segundo, dizemos que ele tem uma velocidade de 10 metros por segundo. “Metros por segundo” é, então, uma unidade de velocidade. A mesma velocidade pode ser expressa em outras unidades: 36 quilômetros por hora, por exemplo, é a mesma rapidez que 10 metros por segundo (Foto: Daniel G. / Flickr / CC BY-NC-ND 2.0)

Se um carro anda 10 metros em um segundo, dizemos que ele tem uma velocidade de 10 metros por segundo. “Metros por segundo” é, então, uma unidade de velocidade. A mesma velocidade pode ser expressa em outras unidades: 36 quilômetros por hora, por exemplo, é a mesma rapidez que 10 metros por segundo (Foto: Daniel G. / Flickr / CC BY-NC-ND 2.0)

Expressar algumas grandezas e unidades como combinação de outras permite aos cientistas organizar as medições a partir de um pequeno número de unidades simples ou “de base”. Existem sete dessas unidades e todas as outras são uma combinação entre elas, como a velocidade, que combina distância e tempo.

Isso forma o “Sistema Internacional de Unidades”, ou simplesmente “SI”. Ele facilita tremendamente a comunicação não apenas entre os cientistas, mas também entre todas as pessoas do mundo quando têm que lidar com medidas de grandezas. Perceba se não é esse o caso quando você vê as horas no relógio, ou pesa as frutas no supermercado!