Camarão frito, bobó de camarão, pastel de camarão… humm, eu amo camarões! Esses bichinhos tão apreciados por muitos de nós pertencem ao grupo dos crustáceos (do latim Crustacea, que quer dizer “com casca”). Para ser mais específico, os camarões são crustáceos da ordem Decapoda (“dez pés”, em grego), a mesma à qual pertencem os caranguejos, siris e lagostas.
Se você observar um camarão com cuidado, verá, contudo, que ele tem mais de dez pés. Ué, como assim? É que na verdade os “pés” – e pernas – que lhes dão o nome Decapoda são os cinco pares de pereópodes (“pés transportadores”, em grego), localizados no meio do corpo.
Existem centenas de espécies de camarões conhecidas. A maioria vive no mar, mas algumas gostam mesmo é da água doce de rios e lagos. Aqui no Brasil a espécie de água doce mais conhecida, pescada e consumida é a Macrobrachium carcinus, popularmente chamada de pitu (“casca escura”, em tupi-guarani). Seu nome científico pode ser traduzido do grego como “crustáceo de braço grande”, em referência a um longo par de pernas com pinças que esta espécie possui.
E aquele camarão gostoso que é vendido na praia e encontrado em muitos restaurantes? A que espécie pertence? Nesse caso a resposta pode variar. Em nosso país existem vários tipos de camarões marinhos que são pescados e vendidos para consumo, sendo a maioria do gênero Penaeus (nome em homenagem a Peneus, um deus grego). Por exemplo, são muito consumidos por aqui o camarão-branco (Penaeus schmitti), o camarão-vermelho (Penaeus subtilis) e o camarão-rosa (Penaeus brasiliensis e Penaeus paulensis), todos nativos do nosso litoral.
O nome científico do camarão-branco é uma homenagem ao carcinólogo (especialista em crustáceos) Waldo Schmitt. Já o nome do camarão-vermelho significa “fino” em latim, em referência a um sulco que a espécie possui na carapaça, mais estreito que o das outras. Por fim, a origem do nome científico dos camarões-rosa faz referência ao Brasil e ao estado de São Paulo, onde foram coletados os indivíduos usados para descrever essas espécies pela primeira vez.
Outra espécie bastante vendida em alguns mercados de frutos do mar é a Xiphopenaeus kroyeri, conhecida como camarão-sete-barbas. O nome do gênero pode ser traduzido do grego como “o Penaeus [camarão] de espada”, por conta do formato de seu rostro – uma estrutura alongada e serrilhada localizada no topo da “cabeça” dos camarões. Já o nome específico é uma homenagem a Henrik Nikolai Krøyer, cientista dinamarquês que viveu entre 1799 e 1870.
E se eu te disser agora que a maioria dos camarões consumidos no Brasil vem de fazendas? Isso mesmo! Existem, no litoral brasileiro, especialmente no nordeste, fazendas que criam camarões. Mas, curiosamente, elas não criam espécies nativas. Após várias tentativas ao longo dos anos, a espécie que até agora melhor se adaptou e deu mais lucro às fazendas foi o camarão-branco-do-Pacífico, trazido para cá para fins comerciais. Os cientistas o chamam de Penaeus vannamei, em homenagem ao zoólogo norte-americano Willard Van Name.
Depois desse papo todo sobre camarões, já escolhi o meu almoço de hoje. Vou de estrogonofe de camarão. Que tal?