Extra! Extra! O presidente francês François Hollande anunciou que vai acabar com o dever de casa! Parece que ele quer mesmo ficar popular entre as crianças. O político tem planos, ainda, de diminuir o número de horas diárias que os alunos passam nas escolas. Para compensar, eles teriam algumas aulas às quartas feiras – dia da semana em que, atualmente, os estudantes franceses ficam em casa.
Segundo Hollande, as medidas poderiam melhorar o nível do ensino nas escolas públicas da França, seguindo o exemplo de vários países que já aboliram o dever de casa há muito tempo. Na Finlândia, por exemplo, onde as escolas públicas são as melhores do mundo, ninguém faz dever nas horas vagas.
Essa tendência, porém, não é unanimidade. Na Coreia do Sul, onde o ensino também é considerado bom, tem tanto, mas tanto dever de casa, que as crianças varam a madrugada estudando.
E nós, aqui no Brasil? Desde quando fazemos dever de casa? Até quando faremos? Fiquei curiosa para saber e fui pesquisar sobre o assunto.
Descobri que existe dever de casa no Brasil desde a época em que foram criadas as primeiras escolas, pelos padres jesuítas. Naquela época, quando o Brasil ainda era uma colônia de Portugal, as tarefas de casa eram tão importantes que tinham até regra: os alunos deviam, todos os dias, ficar repetindo o que aprenderam por uma hora inteira.
Eles tinham que reler tudo o que tinham aprendido. Depois disso, precisavam formular perguntas para si próprios e, caso não conseguissem responder, deviam levar suas dúvidas no dia seguinte para o professor. Os únicos dias de folga eram os sábados e feriados.
Com o tempo, o dever de casa foi mudando, no Brasil e no mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, na década de 1930, as crianças que moravam nas áreas rurais tinham tarefas especiais, porque se acreditava que eles precisavam de mais atividades do que as que viviam nas cidades.
E você, o que acha disso tudo? Quando acabarem suas boas e merecidas férias, você gostaria de ter mais ou menos dever de casa? Mais ou menos horas na escola? Eu, que já não sou aluna há anos e até como professora já saí da escola, morro de saudades do burburinho da sala de aula. E, do dever… bem, só sinto falta daqueles que eram feitos com prazer!