Comida do bem

Já parou para pensar de onde vieram os alimentos que você come todos os dias? Até chegar à sua mesa, eles percorrem um longo caminho! Na CHC 263, você conferiu o que faz o chefe de cozinha, especialista que cria as comidas mais gostosas. E quem melhor do que eles para conhecer em detalhes a qualidade – e a origem – dos ingredientes que usa no dia a dia?

A chefe de cozinha Teresa Corção, por exemplo, é uma das pioneiras de um movimento que pretende valorizar o Brasil a partir das riquezas de nossa culinária. No Instituto Maniva, criado por ela, a gastronomia é uma forma de ensinar a história de cada ingrediente e de exaltar a nossa cultura.

Foto 1: A tapioca é um prato bem brasileiro e teve sua história contada como parte do projeto do Instituto Maniva, que procura valorizar a nossa cultura. (Anizio (Olinda) da Silva / Flickr / (a href=http://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/br/) CC BY-SA 2.0(/a))

Foto 1: A tapioca é um prato bem brasileiro e teve sua história contada como parte do projeto do Instituto Maniva, que procura valorizar a nossa cultura. (Anizio (Olinda) da Silva / Flickr / (a href=http://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/br/) CC BY-SA 2.0(/a))

“A mandioca, por exemplo, é um símbolo da nossa história e da nossa cozinha, mas nunca foi destacada”, conta. “Por isso, fizemos oficinas em escolas públicas do Rio de Janeiro, em que as crianças puderam aprender mais sobre a importância, a lenda, a música e outros traços culturais que envolvem a preparação da tapioca, prato delicioso produzido a partir da mandioca”.

Chefes da natureza

A proposta do grupo é inspirada num movimento chamado slow food (expressão em inglês que pode ser traduzida como “comida lenta”), que valoriza a apreciação de comidas produzidas regionalmente. O nome é uma oposição ao famoso fast food (do inglês, comida rápida), modo como são chamadas as batatas fritas e hambúrgueres industrializados. Além de exaltar a tradição da cozinha nacional, a chefe também destaca a importância de valorizar quem produz boa parte do alimento que vai para as nossas mesas.

“No Instituto, somos dezessete chefes, os ecochefes, e procuramos sempre promover o pequeno produtor rural, que é responsável pela maior parte da comida que comemos, mas é muito pouco reconhecido”, diz Teresa.

Ecochefes reunidos em feira orgânica, empenhados na missão de valorizar ingredientes brasileiros e, assim, nossa cultura. (foto: Instituto Maniva)

Ecochefes reunidos em feira orgânica, empenhados na missão de valorizar ingredientes brasileiros e, assim, nossa cultura. (foto: Instituto Maniva)

Os ecochefes gostam de frequentar as feiras orgânicas realizadas no Rio de Janeiro para poder orientar melhor a relação entre os produtores e nós, consumidores. Essas feiras são espaços onde é possível comprar diretamente dos pequenos agricultores os seus produtos, cultivados sem inseticidas e outros aditivos químicos que podem fazer mal à saúde.

“Conversamos com os produtores sobre os alimentos vendidos, de onde vieram, como foram plantados, e construímos uma ponte entre eles e os consumidores”, esclarece Teresa. “Procuramos reeducar as pessoas sobre seus hábitos alimentares, apresentando as vantagens de consumir alimentos frescos e mais naturais, ao invés dos industrializados, o que é benéfico tanto para quem produz quanto para quem consome”.

Além de ser bom para a saúde, o trabalho da chefe também ajuda muito o meio ambiente. “Estimular uma alimentação mais saudável, os pequenos produtores e as feiras orgânicas é bom para o planeta porque a indústria vai emitir menos gases poluentes e é bom pra gente, pois evitamos ingerir gorduras, corantes, conservantes ou agrotóxicos que podem nos fazer mal”, lembra. “No meu restaurante, por exemplo, utilizo ingredientes dessas feiras, como legumes, verduras, farinhas, molho de pimenta”.

Que tal tentar descobrir se existe alguma feira orgânica ou mesmo um sítio ou horta aí perto da sua casa?