Na famosa história do Mágico de Oz, do escritor norte-americano L. Frank Baum, um dos personagens é o enferrujado Homem de Lata, que sonha em ganhar um coração de verdade. Na notícia de hoje, os homens são de verdade, e o coração é que é de metal – um dispositivo desenvolvido por cientistas brasileiros para ajudar quem tem problemas nesse órgão.
É comum, na medicina, o uso de aparelhos para auxiliar funções como a respiração e a filtragem do sangue. A maioria dessas máquinas é externa ao corpo, e o paciente precisa ficar no hospital para usá-las. Já o coração artificial poderá ser implantado no peito do paciente, permitindo que ele tenha uma vida normal.
“Esse dispositivo pode auxiliar pessoas com insuficiência cardíaca – ou seja, pessoas cujo coração não consegue mais bombear a quantidade de sangue que o corpo humano precisa”, explica o médico Jarbas Dinkyuisen, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. “Nesses casos, o aparelho substitui um dos lados do coração e aumenta o tempo de vida do paciente, enquanto ele espera por um transplante”.
O coração artificial age como uma bomba: o sangue entra no coração humano por um lado e, em vez de passar pelo outro, segue pela bomba artificial, de onde é impulsionado para o resto do corpo. Segundo o engenheiro José Roberto Cardoso, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, a ferramenta funciona com bateria elétrica, que pode ser recarregada através de um dispositivo que é colocado na pele do paciente.
Outros corações artificiais já foram desenvolvidos nos Estados Unidos e na Europa, mas o custo para trazê-los ao Brasil é muito alto. O modelo brasileiro foi testado do lado de fora do corpo de bezerros e conseguiu bons resultados – mas ainda falta bastante para que ele possa ser testado em humanos e chegue de fato aos hospitais do país. “Acreditamos que em cinco anos teremos um produto completamente confiável”, diz José Roberto.
Vamos torcer!