Ao comer um típico acarajé preparado por uma baiana em Salvador ou se deliciar com uma moqueca capixaba feita em uma panela de barro, você pode estar saciando não só a sua fome de comida, mas também a de cultura. É que o modo de fazer o acarajé e o processo de produção da panela de barro são exemplos de patrimônios imateriais do Brasil. Opa! Patrimônio imaterial? O que é isso?
“São considerados patrimônios imateriais as práticas sociais, os conhecimentos e as técnicas associadas a comunidades ou grupos”, explica a antropóloga Nina Bitar, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional é o responsável por registrar os patrimônios imateriais e classificá-los.
Eles podem ser maneiras de produzir alguma coisa (como o acarajé e a panela de barro), festas e celebrações (como a Festa do Divino, em Goiás), formas de expressão artística (como a capoeira, o samba de roda e o jongo) ou mesmo lugares onde se realizam práticas culturais coletivas (como a cachoeira de Iauaretê, um lugar sagrado para os povos indígenas dos Rios Uaupés e Papuri).
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Declarar uma tradição como patrimônio imaterial do Brasil é uma forma de reconhecer sua importância para país e garantir que ela não se perca com o tempo. Mas isso não quer dizer que as tradições não possam, com o passar dos anos, se modificarem. “As mudanças são inevitáveis. O registro do patrimônio imaterial pretende apenas ter uma referência sobre como certas manifestações ocorrem”, conta Nina.
Atualmente, existem 26 patrimônios imateriais registrados no Brasil. Apesar do nome, esse tipo de patrimônio também está ligado a características materiais: afinal, as tradições estão representadas por comidas, roupas, instrumentos e outros objetos. “Porém, as características imateriais se sobressaem, como o conhecimento passado de geração em geração e o ritual de preparar uma comida”, completa a antropóloga.