De olho no céu

A astronomia é uma das ciências mais antigas da Humanidade. Há muitos anos, o ser humano observa e estuda os corpos celestes com os mais variados objetivos: escolher um caminho a seguir ao navegar pelos mares, saber o momento correto da colheita e das datas religiosas ou mesmo compreender mais profundamente o movimento de astros e estrelas. E você? Já parou para olhar com mais atenção o céu noturno?

Se quiser aprender a reconhecer a posição das estrelas e dos planetas, saiba que 2009 foi escolhido o Ano Internacional da Astronomia e, para comemorar, a partir deste mês e ao longo do ano que vem, a CHC On-line irá publicar mapas celestes que ajudarão você e seus amigos a observar os astros. O Ano Internacional da Astronomia, que tem como tema O Universo a ser descoberto por você, marca os 400 anos desde que o matemático e físico italiano Galileu Galilei – nascido em 1564 e falecido em 1642 – tornou-se a primeira pessoa a utilizar uma luneta para realizar um estudo sistemático do céu, divulgando as suas descobertas.

Mas não desanime se você não puder contar com um poderoso telescópio ou mesmo com uma luneta como a de Galileu. É possível observar o céu a olho nu ou com a ajuda de um binóculo, garante o astrônomo Jorge Marcelino dos Santos Júnior, da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro. “A olho nu é possível observar a Lua e alguns astros com brilho mais forte”, explica. “Para começar a conhecer o céu, no entanto, o ideal é usar um binóculo. Além de ser fácil de manusear, ele permite ver as crateras lunares e alguns satélites de Júpiter”.

Segundo o astrônomo, as cidades grandes não são o local ideal para observar o céu, por causa da poluição e do excesso de luz presente ali. A luz produzida por carros, postes e prédios, assim como a poluição, dificulta que a maior parte da luz fraquinha vinda das estrelas e dos planetas chegue até nós. “O ideal é procurarmos um céu limpo, longe da poluição, como serras e sítios. Mesmo na cidade, porém, é possível dar os primeiros passos na astronomia. Mas nada de sair sozinho à noite: é preciso estar sempre na companhia de um adulto”, alerta o astrônomo.

Ao trabalho
Se você quiser começar desde já a observar os astros, mãos à obra. Para ter acesso a um mapa que representa o céu noturno durante o mês de dezembro, por volta das 20h30, clique, a seguir, no nome da região do Brasil em que você vive: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste ou Sul.

Observe que o mapa traz os quatro pontos cardeais: Norte (N), Sul (S), Leste (E) e Oeste (O). Para utilizá-lo de forma correta, você precisará, primeiro, localizar os pontos cardeais. Utilize, para isso, uma bússola. Depois, segure o mapa sobre a sua cabeça e o oriente de acordo com as direções encontradas. Pronto! Já é possível usá-lo!

Nos mapas, os corpos celestes representados mais ao centro são aqueles que você irá encontrar nos pontos mais altos do céu. Já aqueles que ficam mais próximos das bordas são os que ficam posicionados mais próximos da linha do horizonte. Mas vale lembrar que ao longo da noite eles não ficarão sempre no mesmo lugar, e você poderá perceber que eles realizam um movimento no sentido leste-oeste.

Algumas dicas
Antes de iniciar a sua empreitada, fique atento a algumas recomendações. Leve um agasalho sempre que sair à noite para observar o céu, pois pode esfriar. Evite ficar muito tempo com o pescoço inclinado para cima: procure realizar suas observações em uma cadeira reclinável. Quando sair de um ambiente muito iluminado, espere dez minutos antes de começar a visualizar as estrelas, para que seus olhos se acostumem com a escuridão da noite. Além disso, prefira noites de lua nova, pois o brilho da lua cheia dificulta a observação de algumas estrelas mais fracas. E, por último, não desanime se a noite estiver nublada. Observar requer bastante paciência e dentro de poucos dias as nuvens acabarão indo embora.

Com um telescópio!
Se você quiser se aprofundar na observação do céu, procure clubes de astronomia, comuns em várias cidades do Brasil. “Em clubes como esses, ou mesmo em observatórios, museus de astronomia e planetários, você pode fazer as suas primeiras observações com um telescópio”, conta Jorge Marcelino.