Dragões no céu do Brasil

Reconstituição de pterossauro que ilustra a contracapa do livro Pterossauros - os senhores do céu do Brasil .

De uma ponta a outra da asa, alguns mediam até dez metros de comprimento. Na cabeça, havia os que levavam cristas gigantescas. Um quarto dedo desenvolvido sustentava a pele que lhes servia de asa. Assim eram os pterossauros, animais que, por essas e outras características, eram diferentes de qualquer outro existente hoje…

Bichos fascinantes, parentes dos dinossauros, mas nada parecidos com eles, os pterossauros viveram entre 228 milhões e 65 milhões de anos atrás, quando, por fim, desapareceram. Por apresentarem características incomuns, esses répteis voadores povoam o imaginário das pessoas e rendem grandes histórias de ficção. Na vida real, no entanto, um livro convida todos a conhecer a ciência dos pterossauros e saber, de fato, como eles eram e de que maneira viviam.

O convite vem de Alexander Kellner, paleontólogo há 25 anos e especialista em pterossauros. Ele já viajou por diversas partes do mundo, procurando e estudando formas de vida do passado. Com isso, reuniu informações suficientes para escrever o livro sobre os dragões voadores, como também são conhecidos os pterossauros.

Pterossauros – os senhores do céu do Brasil dá atenção especial aos pterossauros brasileiros, que são muitos. Se você não sabe, já foram identificadas no país 24 espécies, sendo 23 delas só na Bacia do Araripe, que ocupa parte dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Além disso, Kellner fala de como começou na sua profissão e o seu fascínio pelos pterossauros. Explica as características desses animais, seus hábitos e costumes e as novas descobertas sobre as espécies.

Para incentivar você a mergulhar nessa obra, a CHC selecionou um trecho do livro e conversou com Alexander Kellner sobre o trabalho de escrever essa obra e a profissão de paleontólogo. Confira a seguir o trecho do livro e clique no link a seguir para ler a entrevista com o autor.

Confira um trecho de Pterossauros – os senhores do céu do Brasil

“A laguna com águas calmas refletem o céu azul. Poucas nuvens e calor! A vegetação é esparsa, formada por alguns arbustos deixando a terra, de coloração amarronzada, à vista. Nas margens desta laguna, um dinossauro Santanaraptor tranqüilamente alimenta-se de uma carcaça do peixe Vinctifer trazida pelas ondas. Dois Caririsuchus – parentes distantes dos crocodilos – estão se esquentando ao sol ao lado de um grupo de tartarugas Cearachelys . O som dos grilos e de outros insetos podem ser ouvidos no fundo.

De repente, um estranho barulho vem do céu – surdo com o bater de asas! Uma sombra surge e passa sobre a cabeça daqueles animais. Os grilos silenciam. Santanaraptor assusta-se e foge procurando abrigo debaixo de arbusto de Brachyphylum . Os Caririsuchus – em movimentos bruscos e rápidos – correm para a água, desaparecendo no fundo. Apenas as tartarugas ficam paradas, alheias ao perigo em potencial.
A sombra, que agora é refletida na água, pertence a um animal maior do que uma asa-delta. As asas – que de ponta a ponta atingem mais de quatro metros – são revestidas por uma pele fina e os pêlos são esparsos lembrando os de um morcego. Mas essa criatura é bem diferente: possui o pescoço e a cabeça bem grandes, maiores do que o restante do corpo. Entretanto, o que mais chama a atenção é a imensa crista de cor avermelhada! E, quando menos se espera, esse animal alado – o pterossauro Thalassodromeus – num vôo rasante, rasga a água com a mandíbula, captura um peixe e com um bater de asas recupera a altura, e voa para bem longe dali…”

Pterossauros – os senhores do céu do Brasil

Alexander Kellner

176 páginas – R$ 29

Vieira & Lent – Fone: (21) 2262-8314