A CHC Online já estava na expectativa: em abril, anunciamos que cientistas brasileiros e estrangeiros estavam prestes a embarcar em uma aventura em águas profundas. Com a ajuda de um submersível que veio do Japão, eles foram até 6 mil metros abaixo da superfície do mar e voltaram cheios de novidades.
O projeto recebeu o nome de Expedição Iata-Piuna – expressão que, em tupi-guarani, quer dizer ‘navegando em águas profundas e escuras’. Após visitar áreas até então inexploradas do Atlântico Sul, os participantes descobriram jardins de corais e rochas que lembram aquelas encontradas nos continentes.
Elas estavam em uma montanha no fundo do oceano e os pesquisadores acreditam que este possa ser um indício de que, no passado, um pedaço de continente se desprendeu e afundou no mar – mais ainda é cedo para afirmar isso.
“Observamos formações rochosas grandes, mas, infelizmente, não foi possível coletar fragmentos para análise em laboratório”, relata o oceanógrafo José Angel Alvarez Perez, da Universidade do Vale do Itajaí. “Como só avistamos a estrutura, temos apenas evidência de que pode haver um pedaço de continente no fundo do mar”.
Além das rochas continentais, outro resultado importante da expedição foi a observação de belos corais de água fria. A cerca de 1,2 mil metros de profundidade, eles ficam no caminho de uma corrente marinha que carrega alimento para os corais e as espécies que vivem neles, como peixes, lagostas, caranguejos, esponjas e ouriços-do-mar.
Várias amostras coletadas durante a expedição ainda estão sendo analisadas em laboratório. Os resultados devem estar disponíveis em 2014.