Entre rochas e corais

A CHC Online já estava na expectativa: em abril, anunciamos que cientistas brasileiros e estrangeiros estavam prestes a embarcar em uma aventura em águas profundas. Com a ajuda de um submersível que veio do Japão, eles foram até 6 mil metros abaixo da superfície do mar e voltaram cheios de novidades.

O submersível Shinkai 6.500 pesa 27 toneladas e tem capacidade para três tripulantes. O equipamento, além de fazer imagens das áreas por onde passa, pode coletar organismos, água, rochas e solo marinho por meio de braços robotizados e outros instrumentos (Foto: Divulgação/Diário de Bordo)

O submersível Shinkai 6.500 pesa 27 toneladas e tem capacidade para três tripulantes. O equipamento, além de fazer imagens das áreas por onde passa, pode coletar organismos, água, rochas e solo marinho por meio de braços robotizados e outros instrumentos (Foto: Divulgação/Diário de Bordo)

O projeto recebeu o nome de Expedição Iata-Piuna – expressão que, em tupi-guarani, quer dizer ‘navegando em águas profundas e escuras’. Após visitar áreas até então inexploradas do Atlântico Sul, os participantes descobriram jardins de corais e rochas que lembram aquelas encontradas nos continentes.

Elas estavam em uma montanha no fundo do oceano e os pesquisadores acreditam que este possa ser um indício de que, no passado, um pedaço de continente se desprendeu e afundou no mar – mais ainda é cedo para afirmar isso.

“Observamos formações rochosas grandes, mas, infelizmente, não foi possível coletar fragmentos para análise em laboratório”, relata o oceanógrafo José Angel Alvarez Perez, da Universidade do Vale do Itajaí. “Como só avistamos a estrutura, temos apenas evidência de que pode haver um pedaço de continente no fundo do mar”.

Cientistas já desconfiavam da presença de corais nessa região do oceano. Porém, foi na Expedição Iata-Piuna que eles foram observados pela primeira vez (Foto: Divulgação/Diário de Bordo)

Cientistas já desconfiavam da presença de corais nessa região do oceano. Porém, foi na Expedição Iata-Piuna que eles foram observados pela primeira vez (Foto: Divulgação/Diário de Bordo)

Além das rochas continentais, outro resultado importante da expedição foi a observação de belos corais de água fria. A cerca de 1,2 mil metros de profundidade, eles ficam no caminho de uma corrente marinha que carrega alimento para os corais e as espécies que vivem neles, como peixes, lagostas, caranguejos, esponjas e ouriços-do-mar.

Várias amostras coletadas durante a expedição ainda estão sendo analisadas em laboratório. Os resultados devem estar disponíveis em 2014.