Quando o fóssil foi encontrado, nos anos 1990, na Espanha, ninguém imaginava que se tratava de uma nova espécie de pterossauro – ele apresentava características bem diferentes das desse tipo de animal. Agora, porém, com exames mais detalhados, os cientistas descobriram se tratar de uma espécie, até então desconhecida, deste réptil alado.
O Europejara olcadesorum media cerca de 1,5 metro e viveu ha 128 milhões de anos atrás. E mais: era banguela – aliás, é o mais antigo pterossauro com essa característica.
Porém, a característica do E. olcadesorum que chama atenção dos paleontólogos não é seu tamanho, sua idade ou a falta de dentes, e sim uma crista curiosa. “O especial é a crista na arcada inferior, bem maior e diferente de todas as demais encontradas nesses répteis”, conta Alexander Kellner, paleontólogo do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos responsáveis pela descoberta. Outra particularidade é o bico curvado para baixo, que sugere que ele se alimentava de frutas.
Se os cientistas conseguirem confirmar que o cardápio deste pterossauro incluía mesmo frutas, isso ajudará investigar também a história das próprias frutas. Como? Explico: os pterossauros em questão podem ter sido responsáveis pela diversificação e proliferação das árvores frutíferas, pois, ao se alimentarem, acabariam também dispersando as sementes e, com isso, fazendo com que nascessem mais árvores em diferentes lugares.
Para confirmar essa hipótese, porém, os paleontólogos ainda precisam continuar procurando pistas sobre a dieta do E. olcadesorum, como, por exemplo, fósseis que apresentem restos alimentares em seu estômago.