Visitar uma aldeia de índios sem sair da cidade grande. Em outubro, quem foi ao Museu da República, no Rio de Janeiro, vivenciou essa experiência. A equipe da Ciência Hoje das Crianças esteve lá para conferir: viu danças, pinturas e fotografias de vários povos indígenas, além de conversar com os donos da festa. Tudo isso reunido no evento Rito de passagem , que mostrou a cultura do povo da floresta para o da metrópole. Quem conferiu gostou. Quem não viu… Terá nova chance no próximo ano!
“A missão do Rito de passagem é refletir sobre a vida nas aldeias e permitir uma visita aos povos indígenas sem sair da cidade”, explica Jurandir Siridiwê Xavante, coordenador do evento e presidente do Instituto das Tradições Indígenas (Ideti), uma entidade criada e dirigida por índios, que promove o Rito de passagem.
A festa contou com várias atrações: apresentação de filmes; oficinas de pintura corporal e de artesanato; contos indígenas; danças; e exposição fotográfica. Uma das atrações mais interessantes é a encenação que dá nome ao evento: o rito de passagem, pois, com ele, os índios marcam as transformações e os momentos importantes de suas vidas cantando e dançando.
Na arquibancada montada nos jardins do Museu da República, a CHC pôde conferir, junto com a platéia de estudantes do Rio de Janeiro, o ritmo de alguns povos. Os índios Nambiquara, do Mato Grosso, por exemplo, mostraram parte do ritual Waiunitasu – ou “festa da menina moça” –, que marca a passagem de garotas, com idade entre 10 e 12 anos, para a vida de adulta. A jovem fica cerca de dois meses recolhida numa pequena casa de palha, onde recebe ensinamentos dos mais velhos. Ao sair dali, uma grande festa acontece para celebrar a nova fase da sua vida que se inicia
Já os índios Karajá, que vieram do Tocantins, apresentaram o ritual Hetohoky ou “festa da casa grande”. Neste rito de passagem, os meninos são as estrelas da festa, que marca a sua transformação em adultos. Da mesma forma que as meninas Nambiquara, os garotos Karajá, entre 10 e 12 anos, ficam reclusos numa grande casa onde são preparados para a vida adulta. Quando o menino está pronto, a festa começa: os índios pintam o corpo com jenipapo – fruta de onde se extrai uma tinta preta – e se enfeitam com plumas de pássaros e cocar. “Nós, índios, pintamos nosso corpo e nos enfeitamos para festejar as forças da natureza e alegrar a aldeia”, esclarece Jurandir Siridiwê Xavante.
No final da apresentação, a platéia foi convidada a dançar com os índios. Eliene Pereira da Silva, aluna da Escola Municipal Alberto Barth, do Rio de Janeiro, observou: “Os índios dançam diferente de nós e isso é legal!”.
Assim como a Eliene, você e seus colegas também podem apreciar essa grande festa junto com os índios. Por isso, fique atento à data do próximo evento, pois ele acontece todos os anos. Conheça o site do Ideti (www.ideti.org.br) e fique por dentro da próxima visita do Rito de passagem à sua cidade!