Você já ouviu falar sobre o fantasma de Marte ou a maldição de Marte? Calma, essa não é nenhuma história de terror – ao menos se você não estiver com viagem marcada para o nosso vizinho espacial. Essa era uma brincadeira com fundo de verdade sobre a exploração do planeta vermelho: até pouco tempo atrás, duas de cada três missões em que os astrônomos planejavam ir para lá fracassavam. Mas isso está mudando bem depressa!
Depois do sucesso da sonda Curiosity, que há dois anos registra imagens fantásticas de Marte, dois novos satélites chegaram ao planeta. Um se chama Mars Atmosphere and Volatile Evolution (Maven), da agência espacial norte-americana (Nasa), e vai estudar a atmosfera de Marte para descobrir se a água que existia por lá pode ter evaporado e se perdido no espaço. O outro foi batizado de Mars Orbiter Mission (MOM), um projeto da Índia, primeiro país da Ásia a enviar com sucesso uma missão a Marte.
O MOM pretende estudar o relevo do planeta, mas sua importância maior é simbólica: para a engenheira Nagim Cox, da Nasa, a novidade mostra que a pesquisa espacial deve ser cada vez mais internacional.
“O Sistema Solar é muito grande e as missões são muito caras, então, quanto mais países colaborando uns com os outros, melhor”, avalia. “Afinal, do espaço não vemos fronteiras ou nações, os avanços são de toda a humanidade”. Ela também lembra que uma notícia como essa desperta o orgulho dos moradores do país e estimula mais jovens a se interessarem por ciência.
No total, há, agora, cinco sondas na órbita do planeta vermelho. Antes da MOM, o Japão e a China já haviam fracassado na tentativa de se tornarem o primeiro país asiático a levar um satélite a Marte. Será que o fantasma está exterminado? E quando será que o Brasil vai chegar lá?