Encontrar e batizar uma nova espécie são tarefas apenas para os grandes cientistas, certo? Que nada! Prova disso é a descoberta de quatro novas espécies de aranhas da Austrália, feita por uma jovem de 17 anos chamada Frances Harvey.
Frances adora ciência e, claro, aranhas. A influência vem do pai, Mark Harvey, um dos maiores aracnologistas – especialista em aracnídeos – do mundo. “Eu cresci no meio da aranhas”, conta a garota. “Sempre havia algumas em casa, e estivemos em muitas viagens de campo com o papai”.
Embora ainda não tenha terminado a escola, Frances desde os quinze anos desenvolve pesquisas com o DNA das aranhas. Tudo começou com uma competição em que alunos deveriam realizar um projeto de pesquisa de verdade com cientistas profissionais. O projeto de Frances foi orientado pelo seu próprio pai, e acabou sendo um dos vencedores do torneio.
O foco das pesquisas da jovem são as aranhas do gênero Aname, que só existem na Austrália e ainda são pouco estudadas. Elas fazem parte de um grupo conhecido como “aranhas-de-alçapão”, que constroem uma toca no chão, fechada com uma tampa feita de teia. Quando um inseto ou outro pequeno animal se aproxima do alçapão, a aranha rapidamente salta para fora da toca e captura sua presa.
Com suas descobertas, Frances provou que a diversidade dessas aranhas é maior do que se pensava. Fã de Harry Potter, ela deu a uma das espécies o nome de Aname aragog, em homenagem a uma aranha dos livros e filmes do jovem bruxo. As outras espécies ganharam os nomes Aname mellosa (por causa de sua cor de mel), Aname ellenae e Aname marae (homenagens à Ellena e Mara, irmã e mãe de Frances).
Apesar do sucesso promissor como aracnologista, Frances acha que não vai seguir essa profissão. “Eu ainda estou muito interessada na ciência, mas acho que minha carreira vai me levar para outro lugar.”, diz.