Gigantes voadores

Olhar para o céu pode ser um passatempo divertido: observar pássaros, morcegos e insetos voando por aí é muito interessante. Agora, imagine se você pudesse ver o céu da pré-história do Brasil. Entre as espécies voadoras estariam vários pterossauros gigantes. Uau!

Pterossauros

Há 110 milhões de anos, o (i)Tropheognathus mesembrinus(/i) voava pelos céus do Brasil. A descoberta mostrou que os pterossauros habitaram a Terra muito antes do que se pensava (Ilustração: Maurílio Oliveira/ Museu Nacional/UFRJ)

Uma equipe de paleontólogos liderada por Alexander Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, anunciou as descobertas de várias espécies na Chapada do Araripe, que fica na divisa dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. A região é uma importante fonte de fósseis e torna a pesquisa paleontológica no país uma das mais importantes do mundo. “Quando o assunto é pterossauros, o Brasil se destaca”, celebra Alexander.

Entre os répteis voadores encontrados está um exemplar da espécie Tropeognathus mesembrinus que media 8,5 metros da ponta de uma asa à outra. Bem maior que os outros exemplares descobertos anteriormente, ele já ocupa o posto de maior pterossauro encontrado na América Latina.

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Apesar de os ossos do fóssil terem sido encontrados quebrados, o T. mesembrinus do Araripe teve boa parte do esqueleto preservado, incluindo pedaços do crânio. Assim, os cientistas conseguiram fazer uma reconstituição do esqueleto do animal. Outro dado legal é que a crista fossilizada do pterossauro apresentava marcas de circulação sanguínea, o que levou os cientistas a pensarem que ela podia ajudar a regular a temperatura corporal desses bichos.

Além do T. mesembrinus, outras duas descobertas do grupo chamam a atenção pelo tamanho estimado dos pterossauros. Uma delas foi o fóssil de um pedaço de úmero (osso da asa do pterossauro) com 12,7 centímetros de largura. Apesar de bastante grosso, pode-se dizer que era um osso frágil – oco por dentro, tinha apenas dois milímetros de espessura.

Úmero do pterossauro

Apesar de grosso, o úmero do pterossauro é oco por dentro, o que o torna frágil (Foto: Divulgação Museu Nacional/UFRJ)

Já outro fóssil formava parte da asa de um jovem pterossauro, com tamanho estimado em cinco metros da ponta de uma asa a outra. Segundo Alexander, algumas características dos ossos mostravam que o animal ainda estava em formação e podia crescer mais. Com tantos gigantes voando por aí, o céu da pré-história devia ser bastante animado, não acha?

Pterossauros em exposição
Quer conhecer o Tropeognathus mesenbrinus e ver suas enormes asas de de perto? Ele e outros pterossauros estão expostos na Sala de Paleontologia do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Além de conhecer mais sobre os répteis voadores, você ainda vai descobrir como eles voavam com a ajuda de um simulador de voo. O Museu Nacional fica no Parque da Quinta da Boa Vista, em São Cristovão, no Rio de Janeiro, e está aberto de terça a domingo, das 10h às 16h. O ingresso custa R$ 6. Crianças de até 5 anos, idosos e deficientes físicos não pagam.