Quando pensamos no homem das cavernas, logo imaginamos aquele sujeito meio rude, meio mal encarado, não é verdade? Mas essa ideia pode estar equivocada. Ao longo da última década, cientistas passaram a acreditar que os homens das cavernas – os neandertais, para ser mais exato – podem ter sido bem mais sensíveis.
Eles usavam pigmentos para colorir seus artefatos, gostavam de penas e até colecionavam conchinhas. Agora, arqueólogos franceses e norte-americanos descobriram que eles também enterravam seus mortos em sepulturas construídas com muito carinho e dedicação.
“Parece que eles também cuidavam de seus velhinhos e dedicavam bastante tempo para proteger o corpo deles depois que morriam”, disse à CHC Online o arqueólogo Cédric Beauval, do serviço arqueológico Archéosphère. A conclusão é resultado de anos de trabalho no sítio arqueológico de La Chapelle-aux-Saints, na França.
Nos locais analisados, cientistas encontraram ossos de renas e de bisões. Esses ossos apresentavam indícios de que tinham sido danificados pelas chuvas e ventos, ou mesmo por animais que se aproveitavam dos restos mortais da bicharada.
Esperava-se que o mesmo acontecesse com os ossos dos homens das cavernas, certo? Mas não foi o que os pesquisadores notaram. Na verdade, os ossos daqueles hominídeos estavam relativamente bem preservados – sugerindo, portanto, que os homens das cavernas tomavam cuidados especiais para protegê-los após a morte.
Já se suspeitava que os neandertais enterrassem seus mortos, mas o tema ainda gera dúvida entre os cientistas. Agora, a hipótese de que eles faziam esses sepultamentos é ainda mais forte. “De fato, temos boas razões para acreditar que os Neandertais não eram muito diferentes de nós”, pondera Cédric.