Invasão extraterrestre

Alienígenas existem? Os cientistas ainda não encontraram vida em outro planeta, mas, no cinema, não faltam habitantes de outros mundos. Fazem parte dessa turma E.T., Alien e o medonho Predador. Todos são fruto da criatividade de diretores de cinema, mas foram parar em um museu na companhia de extraterrestres diferentes: ETs imaginados por cientistas, que se basearam, para criá-los, na ciência.

Alien, o oitavo passageiro, é um dos extraterrestres mais famosos do cinema.

Em cartaz na Inglaterra, prestes a iniciar uma turnê internacional, a exposição Science of Aliens (“Ciência dos alienígenas”, em português) quer discutir a possibilidade de haver vida em outros planetas. Para tanto, levanta questões.

Por exemplo: você já se perguntou por que o ser humano é fascinado por histórias de extraterrestres? Pois a mostra revela como os alienígenas do cinema, da TV ou dos livros são representações atuais de antigos mitos. Tanto que alguns ETs lembram dragões e demônios da cultura popular!

A mostra revela ainda que os alienígenas da ficção científica são produtos da nossa imaginação e têm pouco a ver com a ciência. Isso porque eles são criados para despertar emoção, seja medo ou amor. Tanto que há desde o extraterrestre assustador que quer nos comer, como o Predador, até o alienígena fofinho, como E.T. Sem falar no alien muito mais inteligente do que nós, que veio nos dominar, e o clássico extraterrestre do disco voador…

A aranha acima, que vive no mar, é uma prova de que na Terra vivem animais tão bizarros quantos os ETs da ficção!

Mas sabia que criaturas tão bizarras quanto os extraterrestres de ficção científica são encontradas aqui mesmo na Terra? E que elas podem vivem em ambientes inóspitos, seja por serem extremamente quentes, frios ou ácidos?

Na mostra, esses bichos são apresentados em vídeo ou ao vivo para quem quiser se arrepiar. Há um dragão marinho – que não cospe fogo! –, uma aranha que também habita o mar e até o peixe Anoplogaster cornuta, com seus dentes pontudos, que vive a cinco mil metros de profundidade.

A exposição apresenta várias espécies esquisitas que vivem em nosso planeta, como o dragão marinho acima.

A partir deles, o visitante descobre como seres vivos podem existir – e sobreviver – em condições hostis, como nos vulcões submarinos, que lançam água em altíssima temperatura. Aprende ainda como o crescente conhecimento sobre a vida na Terra nos ensinou muito sobre as possibilidades de vida em outros lugares do universo.

Do fundo dos oceanos, partimos para uma viagem pelo universo, em busca da casa dos alienígenas. É aí que conhecemos, na mostra, o tipo de vida que poderia se desenvolver em dois mundos criados por cientistas com os pés firmes no chão, mas a imaginação à solta: Lua Azul e Aurélia!

Habitantes do mundo da imaginação
Aurélia é o planeta de uma anã vermelha, uma estrela muito mais fria do que o Sol. Como não gira ao redor de seu próprio eixo, tem um dos seus lados sempre exposto à luz solar e outro, na escuridão.

Já Lua Azul está em órbita de um grande planeta gasoso e é um excelente local para o desenvolvimento da vida, com altos níveis de oxigênio e ar muito mais denso do que o da Terra.

Em Lua Azul, os cientistas imaginam que seria possível encontrar baleias voadoras, com asas de cinco metros de extensão. Elas caçariam como os morcegos, emitindo sons de alta freqüência para identificar a posição e o formato de tudo ao seu redor.

“O que ocorreria em um planeta parecido com a Terra, mas com uma atmosfera mais densa? Coisas poderiam voar mais facilmente”, explicou Simon Morris, biólogo que liderou o time de cientista que criou Lua Azul e Aurélia e seus habitantes, ao jornal inglês The Guardian. Daí por que os pesquisadores imaginaram que, em Lua Azul, poderia viver… uma baleia voadora.

E é assim, levando em conta as peculiaridades de cada planeta e aplicando neles os princípios que governam a evolução dos seres vivos aqui na Terra, que os cientistas apontam quem poderia viver em Lua Azul e Aurélia.

Com 90 cm de comprimento, esse anfíbio do planeta Aurélia imaginado pelos cientistas vive em represas construídas por ele mesmo. Ele nada como os crocodilos e tem espinhos venenosos na ponta da cauda.

Mas se você pensa que a apresentação de animais como o predador Gulphog ou o anfíbio Mudpod, habitantes de Aurélia, encerra com chave de ouro a exposição Science of Aliens … Está enganado. A parte final da mostra, se dedica a explorar outro tema palpitante: a comunicação com alienígenas.

Os visitantes conhecem o trabalho do SETI, um instituto americano que realiza pesquisas científicas sobre vida no Universo, com ênfase na procura por inteligência extraterrestre. Vêem ainda as mensagens que já foram enviadas ao espaço pelo ser humano com o intuito de fazer contato com possíveis habitantes de outros planetas, além de terem a chance de escrever a sua própria mensagem, que fica exposta em um mural para todos verem.

Science of aliens fica em cartaz em Londres até fevereiro. Depois, irá passar por vários países do mundo.

Este predador imaginário do planeta Aurélia anda sobre duas patas. Com 4,5 metros de altura, ele tem excelente visão e vive em pequenos grupos, segundo os cientistas que o conceberam.

Se você gostaria que o Brasil fizesse parte do itinerário da mostra, saiba que isso depende do interesse de museus ou galerias daqui que queiram abrigar a exposição. Então, alô, alô, centros de exposição de todo o país: fica aí a dica para ter a casa cheia por meses!

E o que os cientistas têm a dizer sobre os extraterrestres? Confira na entrevista que fizemos com o astrônomo Jaime Villas da Rocha!