Bactérias são seres microscópicos, invisíveis a olho nu, que podem causar danos à nossa saúde. Para nos livrar delas, muitas vezes os médicos recomendam o uso de antibióticos. Porém, nem sempre esses remédios funcionam, e podem trazer efeitos colaterais indesejáveis. Por isso, cientistas buscam outras formas de eliminar bactérias prejudiciais do nosso organismo. A mais nova delas? Uma lanterna!
Isso mesmo que você leu. Cientistas da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, estão testando uma maneira de eliminar bactérias com a ajuda de raios de luz. A ideia veio de um estudante brasileiro que fez intercâmbio por lá: Caio Guimarães, aluno de engenharia elétrica da Universidade de Pernambuco (UPE).
Trata-se de uma lanterna capaz de destruir os microrganismos, sem causar dano ao hospedeiro. O aparelho, portátil, é composto por um conjunto de microagulhas presas em uma placa que é pressionada contra a pele. As microagulhas são, então, absorvidas pelo organismo, e a luz chega aos tecidos do corpo atingidos pela infecção. Em cerca de uma hora, as bactérias indesejadas são eliminadas.
Caio contou à CHC que, diferentemente de outras pesquisas que usam a luz como tratamento, esta não faz uso de raios ultravioleta, que podem ser prejudiciais à saúde. “Usamos lâmpadas do tipo LED, que também têm um custo menor”, comenta.
Outra vantagem é que a lanterna é eficaz mesmo em bactérias resistentes a vários antibióticos. “O tratamento com antibióticos modifica geneticamente os microrganismos, que acabam ficando mais resistentes, até que o remédio não faz mais efeito e é preciso mudar”, explica o estudante.
Os pesquisadores ainda não sabem explicar por que determinadas faixas de luz matam até mesmo bactérias muito resistentes. “O que sabemos é que a luz rompe a barreira celular das bactérias, que sofrem um tipo de explosão e não conseguem se reconstituir”, conta Caio.
Por enquanto, a lanterna foi testada em ratos, contra muitos tipos de bactérias diferentes. O efeito foi maior no combate à Acinetobacter baumannii, que causa infecções na pele, nos pulmões e no estômago. Antes de começar a tratar pessoas com a nova técnica, porém, ainda há muitos testes a serem realizados, que vão verificar se o método é realmente seguro.