Doze dias longe de casa. Sete deles, caminhando pelo meio do mato, em busca de macacos. Para alguns, pode não parecer um bom roteiro de viagem. Mas, para outros, é uma grande aventura!
Animados em procurar a macacada, pesquisadores do Instituto Chico Mendes (ICMBio) se encontram todos os anos para expedições em diferentes unidades de conservação da Amazônia. Desta vez, eles foram à Reserva Biológica do Gurupi, no Maranhão, e contaram à CHC Online quem encontraram por lá.
Depois de 300 quilômetros de trilhas e muitas mordidas de carrapatos, a equipe de pesquisadores trouxe boas notícias: os cientistas observaram mais de 100 grupos de macacos de várias espécies, incluindo algumas em risco de extinção.
“Fizemos essa excursão para ver se as populações de primatas da reserva Gurupi ainda estavam saudáveis e em número suficiente para não se extinguirem”, conta o biólogo Gerson Buss, que participou da expedição.
O grande alívio dos pesquisadores foi quando avistaram o cuxiú-preto e o caiarara, espécies que são encontradas apenas nessa região – se deixarem de existir lá, portanto, podem ser extintas do planeta!
Felizmente, as notícias foram animadoras. “Chegamos a ver até quatro vezes mais caiararas do que o observado em um estudo anterior”, comemora o analista ambiental Marcos Fialho, que também esteve na expedição.
Entre as espécies observadas estavam também o sagui-una, comum na região, o macaco-prego e o guariba-de-mãos-ruivas.
Ao longo do tempo, a reserva Gurupi teve sua área original reduzida pela derrubada de árvores e pelo crescimento da pecuária na região. Ao lado da reserva estão áreas indígenas, que também sofrem com essa disputa.
“As áreas indígenas e a reserva ambiental se protegem mutuamente”, lembram os pesquisadores, pois dificultam as tentativas de invasão e caça ilegal. “Para preservar essas espécies de macaco, é fundamental que a área da reserva não seja reduzida ainda mais”, alerta Marcos.