Nas profundezas

Quem conhece as jubarte já sabe: elas adoram fazer incríveis acrobacias. O que ainda não se sabia é que, entre uma pirueta e outra, essas baleias também curtem fazer mergulhos profundos. Cientistas brasileiros e estrangeiros descobriram isso ao acompanharem os movimentos de um grupo de animais que nadavam no oceano Atlântico próximo ao Sul do Brasil.

As baleias são monitoradas com um transmissor de 26 centímetros de comprimento e 450 gramas de peso. Ele é preso na pele das jubarte como uma espécie de brinco – para fazer isso, os pesquisadores usam um rifle que dispara o dispositivo a distância. (Foto: Instituto Aqualie, Projeto Monitoramento de Baleias por Satélite)

As baleias são monitoradas com um transmissor de 26 centímetros de comprimento e 450 gramas de peso. Ele é preso na pele das jubarte como uma espécie de brinco – para fazer isso, os pesquisadores usam um rifle que dispara o dispositivo a distância (Foto: Instituto Aqualie, Projeto Monitoramento de Baleias por Satélite)

Para descobrir detalhes sobre os passeios das baleias, os pesquisadores colocaram nelas transmissores com um sensor capaz de captar a localização geográfica do animal e a profundidade de seus mergulhos. Os dados coletados mostraram que as jubarte mergulharam a mais de 300 metros de profundidade.

Segundo o oceanógrafo Alexandre Zerbini, diretor cientifico do Instituto Aqualie e pesquisador do Laboratório Nacional de Mamíferos Marinhos dos Estados Unidos, o resultado é surpreendente, especialmente porque as baleias estavam em suas rotas migratórias. “Durante as rotas se esperava que os animais nadassem rapidamente e no raso para chegar logo nas áreas onde se alimentam”, diz o cientista.

Ainda não se sabe ao certo por que as jubarte mergulham tão fundo. Uma explicação possível é que as baleias façam isso justamente para se alimentar – um lanchinho nas profundezas para conseguir energia para aguentar a longa viagem migratória.

No mapa, o caminho marcado em vermelho mostra o percurso da baleia que carregava o novo modelo de transmissor. A seta verde indica o local onde o animal iniciou sua rota de migração. O retângulo vermelho marca onde ela fez os mergulhos mais profundos e o amarelo indica as já conhecidas áreas de alimentação (Foto: Instituto Aqualie, Projeto Monitoramento de Baleias por Satélite)

No mapa, o caminho marcado em vermelho mostra o percurso da baleia que carregava o novo modelo de transmissor. A seta verde indica o local onde o animal iniciou sua rota de migração. O retângulo vermelho marca onde ela fez os mergulhos mais profundos e o amarelo indica as já conhecidas áreas de alimentação (Foto: Instituto Aqualie, Projeto Monitoramento de Baleias por Satélite)

Outra possível razão é a comunicação. As jubarte são cetáceos extremamente sociáveis e gostam de papear umas com as outras. Nas profundezas, a propagação do som é favorecida, o que torna as conversas entre elas mais fáceis. Ou pode ser pelas duas razões…

A nova descoberta pode ter deixado os cientistas com muitas dúvidas em relação ao comportamento dessas baleias. Mas, com certeza, também trouxeram a vontade de pesquisar mais sobre elas!