Quem conhece as jubarte já sabe: elas adoram fazer incríveis acrobacias. O que ainda não se sabia é que, entre uma pirueta e outra, essas baleias também curtem fazer mergulhos profundos. Cientistas brasileiros e estrangeiros descobriram isso ao acompanharem os movimentos de um grupo de animais que nadavam no oceano Atlântico próximo ao Sul do Brasil.
![As baleias são monitoradas com um transmissor de 26 centímetros de comprimento e 450 gramas de peso. Ele é preso na pele das jubarte como uma espécie de brinco – para fazer isso, os pesquisadores usam um rifle que dispara o dispositivo a distância. (Foto: Instituto Aqualie, Projeto Monitoramento de Baleias por Satélite)](http://chc.org.br/wp-content/uploads/2013/07/baleia-600x384.jpg)
As baleias são monitoradas com um transmissor de 26 centímetros de comprimento e 450 gramas de peso. Ele é preso na pele das jubarte como uma espécie de brinco – para fazer isso, os pesquisadores usam um rifle que dispara o dispositivo a distância (Foto: Instituto Aqualie, Projeto Monitoramento de Baleias por Satélite)
Para descobrir detalhes sobre os passeios das baleias, os pesquisadores colocaram nelas transmissores com um sensor capaz de captar a localização geográfica do animal e a profundidade de seus mergulhos. Os dados coletados mostraram que as jubarte mergulharam a mais de 300 metros de profundidade.
Segundo o oceanógrafo Alexandre Zerbini, diretor cientifico do Instituto Aqualie e pesquisador do Laboratório Nacional de Mamíferos Marinhos dos Estados Unidos, o resultado é surpreendente, especialmente porque as baleias estavam em suas rotas migratórias. “Durante as rotas se esperava que os animais nadassem rapidamente e no raso para chegar logo nas áreas onde se alimentam”, diz o cientista.
Ainda não se sabe ao certo por que as jubarte mergulham tão fundo. Uma explicação possível é que as baleias façam isso justamente para se alimentar – um lanchinho nas profundezas para conseguir energia para aguentar a longa viagem migratória.
![No mapa, o caminho marcado em vermelho mostra o percurso da baleia que carregava o novo modelo de transmissor. A seta verde indica o local onde o animal iniciou sua rota de migração. O retângulo vermelho marca onde ela fez os mergulhos mais profundos e o amarelo indica as já conhecidas áreas de alimentação (Foto: Instituto Aqualie, Projeto Monitoramento de Baleias por Satélite)](http://chc.org.br/wp-content/uploads/2013/07/mapa-600x390.jpg)
No mapa, o caminho marcado em vermelho mostra o percurso da baleia que carregava o novo modelo de transmissor. A seta verde indica o local onde o animal iniciou sua rota de migração. O retângulo vermelho marca onde ela fez os mergulhos mais profundos e o amarelo indica as já conhecidas áreas de alimentação (Foto: Instituto Aqualie, Projeto Monitoramento de Baleias por Satélite)
Outra possível razão é a comunicação. As jubarte são cetáceos extremamente sociáveis e gostam de papear umas com as outras. Nas profundezas, a propagação do som é favorecida, o que torna as conversas entre elas mais fáceis. Ou pode ser pelas duas razões…
A nova descoberta pode ter deixado os cientistas com muitas dúvidas em relação ao comportamento dessas baleias. Mas, com certeza, também trouxeram a vontade de pesquisar mais sobre elas!