Buscar informações sobre dinossauros é um verdadeiro trabalho de detetive. Os cientistas vão juntando pistas aqui e ali, até chegarem a conclusões capazes de nos dar uma ideia de como eram esses famosos animais pré-históricos. Os indícios mais óbvios são os fósseis – restos preservados de bichos e outros seres. Mas há também pistas mais sutis, como as pegadas deixadas pelos dinossauros, que têm muito a nos dizer sobre esses animais!
Encontrar pegadas não é muito fácil, pois dificilmente elas permanecem preservadas por muito tempo. Para fazer o teste, experimente pisar em um terreno de barro, por exemplo. Na hora, seu pé pode até ficar bem marcado na terra, mas, na primeira chuva, a marca desaparece. Imagine, então, qual é a chance de uma pegada de milhões de anos ficar para contar história?
Ao longo do tempo, ficaram preservadas as pegadas deixadas em um tipo bem específico de solo: úmido, mole e maleável na medida certa, como uma espécie de argila. Essas condições permitiram que, depois de seco, o chão continuasse apresentando marcas da passagem dos dinossauros.
Outro fator importante para a preservação das pegadas era a presença de limo, e o segredo para isso está em microrganismos chamados de algas verdes-azuis. “Elas formam grandes colônias, geralmente conectadas por uma substância gelatinosa, que faz com que os grãos de sedimentos fiquem grudados uns aos outros, dificultando sua erosão”, explica Ismar Carvalho, geólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Na pré-história, esses microrganismos estavam presentes em beiras de rios e lagos e se desenvolviam nas pegadas deixadas pelos animais. Ao se multiplicarem, criavam uma espécie de gelatina que impedia que as marcas fossem apagadas pelo vento ou chuva. Assim, elas endureciam e ficavam preservadas por milhares de anos.
Se você achou incrível que organismos microscópicos possam ajudar a descobrir mais sobre os maiores animais que já viveram na Terra, saiba que, além das pegadas de dinossauros, as algas ajudaram a preservar outras pistas sobre o passado do planeta. “Alguns exemplos são marcas de ondas e pingos de chuva”, completa Ismar.