A forma do corpo, a cor das penas, a maneira de voar, até os dedos do pé: muitas características desta bela ave podem levar um observador menos atento a classificá-la como um papagaio. Não se engane, caro leitor: estamos diante de uma espécie de arara! É a arara-maracanã-verdadeira, também conhecida como arara-pequena, ararinha ou papagaio-de-cara-branca.
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Araras e papagaios pertencem a uma mesma família de aves, chamada Psittacidae, que também inclui os periquitos. Todos eles têm em comum o formato do bico – curto, curvado e muito resistente –, que serve para manipular alimentos e cavar ninhos em troncos de árvores.
Por outro lado, a principal diferença entre araras e papagaios está no formato da cauda: enquanto, nas araras, ela é longa e pontuda, nos papagaios ela é curta e quadrada. É justamente essa a característica que coloca a arara-maracanã-verdadeira no primeiro grupo.
Natural da Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga, ela já se espalhou por quase todo o Brasil, além de aparecer na Argentina e no Paraguai. Hoje, porém, a maracanã-verdadeira já não pode ser vista com facilidade. Foi extinta da Argentina e sumiu também de alguns estados brasileiros, além de estar ameaçada no Paraguai e, principalmente, no nordeste do Brasil.
“Estas aves têm desaparecido da maioria dos locais onde antigamente eram avistadas. Nos últimos 50 anos houve, provavelmente, uma redução de 90% na área de ocorrência da espécie no interior do Rio Grande do Norte”, conta o biólogo Mauro Pichorim, que participou de um estudo da Fundação Grupo O Boticário de Proteção à Natureza sobre a presença da maracanã-verdadeira no estado. “Como é raro vê-las na natureza, não sabemos exatamente a quantidade de maracanãs que vivem nesta região”.
Na região da Serra de Santana (RN), os pesquisadores estimam uma população máxima de aproximadamente 40 casais de maracanãs-verdadeiras. “É uma quantidade muito baixa para uma região tão grande”, lamenta Mauro. Atualmente, o Rio de Janeiro é o estado onde é mais fácil encontrar as maracanãs-verdadeiras.
Para impedir que elas desapareçam de vez, é fundamental, além de preservar o ambiente onde as maracanãs vivem, acabar com a coleta e o comércio ilegal de filhotes. “Nunca comprem animais capturados ilegalmente, por exemplo em feiras livres ou beira de estradas, e denunciem para as autoridades locais quem está vendendo”, alerta Mauro.