Oficina de arte do tempo da pedra


Arqueólogo escava a mais antiga oficina de arte já encontrada até hoje, na caverna de Blombos, na África do Sul. (foto: Grethe Moell Pedersen)

Você já deve ter visto ou ouvido falar de pinturas rupestres, aqueles desenhos feitos pelos homens pré-históricos nas paredes das cavernas. As mais antigas pinturas desse tipo encontradas até hoje tinham cerca de 60 mil anos. Isso é muito tempo, mas, agora, uma equipe de pesquisadores sul-africanos, franceses, australianos e noruegueses descobriu uma oficina de arte muito mais antiga, com 100 mil anos!

A incrível descoberta foi feita em uma escavação na caverna de Blombo, na África do Sul. Lá, os arqueólogos encontraram duas conchas recheadas com ocre, a mais antiga tinta conhecida – feita à base de terra, água e gordura retirada de ossos de animais.

O líder da pesquisa, Christopher Henshilwood, da Universidade de Witwaterstand, na África do Sul, acredita que a tinta era usada pelos primeiros humanos para decorar e pintar objetos e também o próprio corpo.

“Não podemos afirmar com certeza para que eles usavam o ocre, mas é muito provável que fosse para decoração e para proteger a pele contra o Sol, como uma espécie de protetor solar”, diz o arqueólogo.

Seja lá qual for a utilidade da tinta, a descoberta mostra que os homens daquela época já eram bem desenvolvidos, pois conseguiam até combinar diferentes ingredientes para criar uma nova substância.

“Eles sabiam o que estavam fazendo: coletavam o tipo de terra perfeito, a amassavam com martelos de pedra e misturavam com gordura de ossos de animais para fazer o ocre”, explica Christopher. “Com certeza, eles entediam um pouco de química!”