Se você acompanha a Galeria dos animais ameaçados na Ciência Hoje das Crianças, já deve saber que existem muitos animais no nosso país, que correm risco de extinção. Ou seja, que podem desaparecer para sempre! Entre eles, há alguns que merecem ainda mais atenção, já que estão em uma situação crítica, como dez macacos que aparecem em uma lista recém-divulgada pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE) e pela Sociedade Brasileira de Primatologia. Ameaçados pelo desmatamento e pela caça, entre outros fatores, eles podem sumir em pouco tempo!
Um desses macacos é o guariba-de-mãos-ruivas. Encontrado no Maranhão, ele come principalmente folhas, assim como outra espécie, também incluída na relação: o bugio ou barbado. Esse macaco tem pêlos no queixo que lembram uma barba ‐ daí seu nome ‐ e vive em Minas Gerais e na Bahia, estados que também são o lar do muriqui-do-norte, um macaco que come frutas e folhas é outro membro da lista dos dez primatas mais ameaçados do país.
O mico-leão-da-cara-preta ‐ que pode ser encontrado no sul de São Paulo e no norte do Paraná ‐ por sua vez, é um dos macacos mais ameaçados da relação. Mas cuidado: não confunda com o mico-leão-preto, que também está na lista! Apesar do nome parecido, de ambos viverem em São Paulo e de estarem em extinção, o segundo é todo preto, enquanto o primeiro, como o próprio nome diz, só tem o rosto preto!
Essa lista dos dez macacos mais ameaçados do país ‐ que inclui ainda o sagüi-de-duas-cores, o macaco-caiarara, o macaco-prego-de-peito-amarelo, o guigó-da-Caatinga e o guigó-de-coimbra-filho ‐ tem grande importância. A partir dela, serão propostas ações para tentar reverter a situação de extremo risco em que esses bichos se encontram. Mas você sabe o que está levando esses animais à extinção.
Segundo Fabiano Rodrigues de Melo, presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia, o desmatamento é o principal responsável por essa situação. “Os animais dependem da vegetação nativa para se alimentar e viver. Com o desmatamento, os grupos acabam se dividindo, pois cada um tenta sobreviver onde for possível, o que pode causar a diminuição do número de animais daquela espécie”, explica. A caça de animais também é um grande problema, assim como a introdução no local de espécies que não são originais dali: “elas passam a disputar território e alimentos com as espécies nativas, uma competição que pode provocar a extinção das que são típicas do lugar”.
Com tantas ameaças, garantir a sobrevivência das espécies mencionadas na lista exige trabalho duro. “Os biólogos vão até os locais em que os macacos vivem, observam as populações, o que comem, quantos são, como se relacionam, se estão em boas condições. Depois, juntam todos os dados e propõem uma ação prática para reverter o processo de extinção.”
Conhece o mico-leão-dourado? Pois bem: ele é um exemplo de como iniciativas como essa podem dar certo. Há alguns anos, a espécie era considerada uma das mais ameaçadas do país. Mas, a partir da criação de uma reserva ambiental para protegê-la, isso mudou. Lá, os micos estavam a salvo dos predadores e em condições ideais para se alimentar e reproduzir. Assim, o número de animais foi aumentando! Então, em um momento oportuno, os biólogos responsáveis pelo projeto começaram a soltá-los em áreas de Mata Atlântica, o seu hábitat natural, para que eles pudessem povoá-las novamente. O mesmo pode ser feito para salvar os animais que estão nessa lista. Afinal, não podemos deixar que nossos macacos desapareçam, não é?