Aqui na CHC, você já conheceu robôs que falam, voam e até imitam flores. Agora, vai saber tudo sobre um robô inspirado em um peixe bem brasileiro: o ituí-cavalo. Por ser cego, esse peixe se locomove pelas águas da Bacia Amazônica usando uma estratégia que serviu para que cientistas criassem um robô subaquático muito esperto.
![Capaz de se locomover mesmo sem enxergar, o ituí-cavalo (<i>Apteronotus albifrons</i>) serviu de inspiração para que cientistas criassem um peixe-robô. (fotos cedidas pelo pesquisador)](http://chc.org.br/wp-content/uploads/2014/02/black_ghost_image_per_erik_sviland-600x432.jpg)
Capaz de se locomover mesmo sem enxergar, o ituí-cavalo (Apteronotus albifrons) serviu de inspiração para que cientistas criassem um peixe-robô. (fotos cedidas pelo pesquisador)
Para nadar por aí sem bater em nada, o ituí-cavalo emite uma leve corrente elétrica na água. Quando essa corrente bate no que está ao seu redor, ela retorna até chegar a receptores distribuídos por todo o corpo do animal. São eles que identificam se há algum obstáculo por perto, permitindo que o peixe nade por aí sem bater em nada. A corrente elétrica serve também para detectar a presença alimento.
A incrível habilidade desse peixe ajudou o cientista computacional Malcolm MacIver, da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, a criar um robô capaz de se movimentar também com base na corrente elétrica que emite. “Usamos o ituí-cavalo como modelo para um robô capaz de se mover embaixo d’água muito mais rapidamente do que os robôs aquáticos que já existem”, explica o pesquisador.
![Assim como o ituí-cavalo, o robô criado pelos cientistas estadunidenses se move com base na corrente elétrica emitida por seu corpo.](http://chc.org.br/wp-content/uploads/2014/02/ghostbot_closeup-600x400.jpg)
Assim como o ituí-cavalo, o robô criado pelos cientistas estadunidenses se move com base na corrente elétrica emitida por seu corpo.
Os robôs subaquáticos servem para, por exemplo, fazer buscas em navios naufragados e identificar vazamentos de petróleo. No caso do robô desenvolvido pela equipe de Malcolm, a tecnologia seria muito útil para explorar locais escuros e com obstáculos.
Além de se inspirar na forma como o ituí-cavalo enxerga, Malcolm está tentando reproduzir no robô sua forma de nadar. “Esse peixe usa uma nadadeira ondulante na barriga que, dependendo de como é movimentada, faz com que o peixe se direcione com precisão dentro da água”, completa o pesquisador. Realmente, temos muito a aprender com a natureza…