Pelas águas do São Francisco

O Z7PET tem sua parte inferior feita de garrafas de plástico

“Há cinco anos eu estava no interior do estado de São Paulo praticando rapel – um esporte em que, por meio de cordas ou cabos, você pode descer grandes alturas. De repente, vi algumas garrafas PET flutuando numa lagoa que era formada por uma cachoeira próxima de onde eu estava descendo. Percebi que algumas garrafas de plástico estavam abertas e mesmo assim flutuavam bem. Então pensei: será possível criar um barco com essas garrafas?”

Estas palavras são de Eduardo Pereira de Carvalho, um empresário paulista, que quer viver uma grande aventura. Ele pretende descer o rio São Francisco a bordo de um barco feito de forma diferente: com materiais convencionais, sim, mas também construído com garrafas PET, como as de refrigerante.

O barco já está pronto e a viagem marcada para o início de outubro. A bordo da embarcação, batizada de Z7PET, ele pretende fazer um trajeto que durará cerca de dois meses. Navegando pelo rio, Eduardo quer visitar muitas cidades do Brasil, num percurso que começa no Porto de Pirapora, em Minas Gerais, passa pela Bahia e termina em Petrolina, Pernambuco. Além desses estados, o São Francisco banha ainda Alagoas e Sergipe.

Para tornar o Z7PET uma realidade, Eduardo procurou um engenheiro naval – um especialista em projetar embarcações – para confeccionar seu barco, que até já foi aprovado pelo Ministério da Marinha, pois todo barco para navegar precisa da autorização deste órgão, que faz vários testes e vistorias na máquina. Para flutuar, a embarcação conta com 2.040 garrafas de plástico em sua parte inferior, além de rádio, luzes de sinalização, bússola, buzina, extintores de incêndio, uma vela de reserva, entre outros equipamentos. “De uma maneira geral, é um barco comum. Trata-se de um catamarã movido pela força do vento, mas que, para eventuais emergências, tem outros equipamentos, como motor e remos”, explica Eduardo.

O roteiro foi muito bem planejado para evitar riscos e Eduardo garante que teve o cuidado de pensar em todos os detalhes, sempre dando maior importância à segurança, para que tudo possa correr bem na viagem. Provavelmente, ele fará o trajeto sozinho durante o primeiro mês. Já no segundo mês, contará com a ajuda de um amigo. O objetivo da viagem, além de navegar, é alertar as pessoas para o grave problema da poluição causada pelo lixo, principalmente o doméstico, como as garrafas de refrigerantes. Para isso, o empresário pretende fazer palestras sobre meio ambiente e reciclagem nas escolas das cidades que visitar. Além disso, promoverá oficinas, em que ensinará as crianças a criarem brinquedos com garrafas PET.

Os marinheiros de plantão que ficaram entusiasmados com a aventura de Eduardo podem navegar por www.projetomegapet.com.br que diariamente será atualizado para que todos possam acompanhar o dia-a-dia da viagem. Ele manda ainda um recado de incentivo à tripulação: nunca desistam de acreditar e lutar por seus ideais. Afinal, quando era criança, Eduardo também sonhava com uma viagem desse tipo!