Transilvânia, na região da atual Romênia, ficou conhecida no mundo inteiro por servir como palco das histórias do famoso Conde Drácula, vampiro criado pelo escritor irlandês Bram Stoker no século 19. Agora, o local consagrado pela ficção ganhou fama entre os paleontólogos por outro motivo: recentemente, cientistas descobriram ali uma nova e importante espécie de pterossauro.
O fóssil recebeu o nome de Eurazhdarcho langendorfensis e foi encontrado por uma equipe internacional de pesquisadores que incluía o brasileiro Alexander Kellner, paleontólogo do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele contou à CHC que o novo pterossauro media cerca de três metros da ponta de uma asa à outra – um tamanho considerado pequeno em comparação a outras espécies do grupo dos Azhdarchidae, ao qual a espécie pertence.
Todas as pesquisas foram baseadas em um esqueleto incompleto, compreendendo pelo menos três vértebras do pescoço e restos da asa do animal. Parece pouco, mas este é o mais completo registro fóssil de Azhdarchidae já descoberto na Europa.
Outros pterossauros do grupo já foram encontrados nos Estados Unidos, no Canadá, no Japão e na antiga União Soviética. “A nova descoberta ajuda a definir a área que esses pterossauros ocupavam no passado”, explica Alexander. O grupo dos Azhdarchidae se diferencia dos outros pterossauros pelas vértebras cervicais bem alongadas – característica observada no E. langendorfensis.
Os pterossauros viveram em meio aos dinossauros durante o período do Cretáceo, mas não são considerados dinossauros, e sim répteis voadores. Apesar de serem raros, seus fósseis são encontrados em diversas partes do mundo. Até hoje, os pesquisadores já identificaram quase 200 espécies de pterossauros, incluindo 27 no Brasil.